Política.
SEGUNDA,04 DE MARÇO DE 2019| 14
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| REDES SOCIAIS |
APROXIMAÇÃO DIGITAL
DEVE TER MODERAÇÃO
Contato com eleitor é benéfico, mas precisa ter alguns limites
INFLUÊNCIA
A PESQUISA
aRedes sociais
A agência FSB fez um
levantamento para
monitorar e medir a
repercussão de todos os
posts dos congressistas
nas redes sociais e
descobrir sua influência.
O período avaliado foi de
1ºa20defevereiro.
aCritérios
A performance de cada
parlamentar (senadores e
deputados federais) é
medida considerando o
número de seguidores, o
alcance e o volume de
posts, o número e a
intensidade das
interações no Facebook,
no Instagram e no
Twitter, gerando-se um
índice. Ao todo, 577
parlamentares foram
avaliados.
ENTRE DEPUTADOS
aLauriete (PR)
Posição: 43
aHelder Salomão (PT)
Posição: 75
aSoraya Manato (PSL)
Posição: 141
aDa Vitória (PPS)
Posição: 147
aNorma Ayub (DEM)
Posição: 148
aSérgio Vidigal (PDT)
Posição: 179
aEvair de Melo (PP)
Posição: 281
aFelipe Rigoni (PSB)
Posição: 292
aAmaro Neto (PRB)
Posição: 392
ENTRE SENADORES
aFabiano Contarato (Rede)
Posição: 14
aMarcos do Val (PPS)
Posição: 15
aRose de Freitas
(Podemos)
Posição: 36
Deputado faz projeto para proibir “lives” em plenário
Enquanto as “bancadas
dos conectados” só cres-
cem,principalmentenoPo-
derLegislativo,umdeputa-
do estadual de São Paulo
quer restringir postagens e
transmissõesaovivo,porli-
ve durante as sessões, au-
diências e comissões.
Campos Machado
(PTB-SP),queestáemseu
sétimo mandato e é consi-
deradodavelhaguardada
Assembleia Legislativa de
São Paulo, apresentou um
projeto para proibir o uso
pelos próprios parlamen-
tares de smartphones, ta-
blets e “similares”.
Ele alega no texto que as
“lives” são atividade parale-
la, exclusivas para seguido-
res de redes sociais, que im-
pedemousodeumapartee
podem levar à incitação de
movimentos de protestos e
atéàviolência.Noprojeto,o
deputado nega se tratar de
censura,edizqueamanifes-
tação dos parlamentares se-
rásempre“asseguradaega-
rantida, mas das legítimas
tribunas a que têm direito”.
No entanto, o contexto
daAssembleiaLegislativaé
depressãonasredessociais
por renovação na Casa,
mais transparência e com-
bate ao corporativismo. A
deputadaJanaínaPaschoal
(PSL), campeã de seguido-
res nas redes sociais, é tida
como mentora dessa ação
digital, por ser candidata a
presidente da Casa.
NATALIA DEVENS
[email protected]
Ainternetjávemsendoex-
plorada por políticos na
campanha eleitoral e tam-
bémduranteomandatohá
alguns anos. No entanto, a
forçadasferramentasdigi-
tais tem ganhado nova di-
mensão com a chegada ao
poder de parlamentares e
gestores que nasceram ou
se impulsionaram justa-
mente nas redes sociais,
comseusvídeos,transmis-
sões ao vivo e suas posta-
gens em massa e milhões
de seguidores.
Nos cargos, os políticos
têm adotado um comporta-
mento sensível em relação
às redes, tanto como ferra-
menta para nortear seus
mandatosquantoparapres-
tar contas aos eleitores.
Uma demonstração de
queestãomaisconectados
foi dada durante a eleição
para presidente do Sena-
do, no dia 1º de fevereiro.
Uma ofensiva contra a
eleição de Renan Calhei-
ros (MDB) e em defesa do
voto aberto se tornou um
dos assuntos mais comen-
tados do Twitter.
Enquanto isso, o sena-
dorJorgeKajuru(PSB-GO)
chegou a realizar uma en-
queteemsuasredessociais
paradecidiremquemvota-
ria.Depois,justificouovoto
no candidato eleito, Davi
Alcolumbre (DEM). “O se-
nhor acabou convencendo
o meu público, de quase 9
milhões de seguidores, e o
senhor obteve 77% dos vo-
tos. Eu obedeci aos meus
eleitores, os meus seguido-
res”, disse.
A proposta de conectar o
eleitorado ao trabalho no
Congresso e ganhar força
paraasprópriaspautas,con-
trapondo-se à imagem de
um Parlamento fechado e
comconchavosàsescuras,é
válida e benéfica, na avalia-
ção do professor de Marke-
ting Político da Mackenzie,
RobertoGondo.Noentanto,
é preciso ter limites.
“É preciso um amadure-
cimentodopolítico.Eleestá
lidando com temas absolu-
tamentedelicadosenãopo-
de ser simplesmente uma
‘Maria vai com as outras’. O
eleitor votou nele porque
concorda com suas ideias,
não tem que ficar consul-
tando para tudo. Senão a
interação tecnológica se
torna populismo”, afirma.
No Poder Executivo não
tem sido diferente. Que-
brando protocolos, Jair Bol-
sonaro (PSL) fez por meio
deliveseuprimeiropronun-
ciamentoapóseleito,noano
passado. Agora, já no cargo,
continua adepto das trans-
missões e do Twitter.
No Estado, o governa-
dor Renato Casagrande
(PSB) também tem prefe-
rido fazer diversos anún-
ciospormeiodastransmis-
sõesaovivo.Emsuasredes
sociais encontra-se desde
postagens sobre ações do
governo,atémomentosde
lazer com a família.
O professor de Mídias
Sociais e Novas Tecnolo-
gias da Faesa, Felipe Tessa-
rolo,entendequeessanova
forma de se comunicar es-
teja em expansão porque o
público espera menos ter-
ceirização e mais atuação
em primeira pessoa.
“O eleitor cobra a auten-
ticidade. A fala sem produ-
ção,semcortes,ouamensa-
gemquefoiaprópriapessoa
que escreveu. Mas também
não é postar por postar, só
para jogar para a audiência.
Os políticos devem usar seu
potencial de engajamento
para um fim democrático,
para discutir temas, para fa-
zer com que mais pessoas
acompanhem as sessões.
Hoje,oscompartilhamentos
dos discursos nas redes so-
ciais chegam a muito mais
pessoas do que a TV Câma-
ra, por exemplo”, ressalta.
POTENCIAL
O Instituto FSB Pesqui-
sa divulgou na semana
passadaumlevantamento
que mediu quem são os
parlamentares mais in-
fluentes nas redes sociais.
No país, a deputada fe-
deral Joice Hasselmann
(PSL-SP) foi o maior desta-
que, seguida por Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) e Sar-
gento Fahur (PSD-PR). No
Espírito Santo, entre os de-
putados federais, Lauriete
(PR)éamaisinfluente.En-
tre os senadores, Fabiano
Contarato(Rede)foiomais
bem colocado, segundo o
levantamento.
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