Economia.
SEGUNDA,04 DE MARÇO DE 2019| 18
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Estado tem potencial
para exportar mais
Representantes de três
certificadoras acreditam
no potencial dos capixa-
bas para exportar para o
mercado islâmico.
“PoucasempresasnoEs-
pírito Santo são certifica-
das,oqueésurpreendente,
visto que o Estado tem
grande potencial para ex-
portar”, comenta o vi-
ce-presidentedaFederação
das Associações Muçulma-
nas do Brasil (Fambras Ha-
lal), Ali Zoghbi.
Com ele concorda o ge-
rente da Câmara Muçulma-
na de Comércio, Elias Hadi.
“Temos nos esforçado para
aumentar as exportações,
masaindanãoconseguimos
alcançar um bom patamar.
Potencial tem, falta motiva-
ção e apoio político.”
Hadi também cita certa
falta de interesse do pro-
dutorbrasileironomerca-
doexterno.“Oempresário
brasileiro, de modo geral,
aindanãotemaculturada
exportação. Ele é mais di-
recionado ao mercado in-
terno e isso atrapalha um
pouco as vendas”, conta.
Já o gerente comercial
da Federação Islâmica do
Brasil, Walid El Khatib,
destaca que está à procura
de empresas do Espírito
Santo. “Estamos abertos
para ouvir e ajudar as em-
presas capixabas.”
| MERCADO EXTERNO |
PÉ DE GALINHA E PESCOÇO
DE BOI DO ES PARA ÁRABES
Mercado do Oriente Médio vira opção para exportação capixaba
GIORDANY BOZZATO
[email protected]
Produtos capixabas pouco
valorizados no mercado
nacionalestãoganhandoo
mundo – principalmente o
mercado do Oriente Mé-
dio.Produtoresvendemde
pésdegalinhaapescoçode
boi para países árabes e
conseguem, com isso, lu-
crar com produtos que se-
riam descartados ou ven-
didos a preços muito bai-
xos no mercado interno.
Para comercializar os
itens para países árabes é
preciso ter uma certifica-
ção Halal, uma espécie de
selo que garante que os
produtos têm qualidade e
foram exportados seguin-
do as recomendações sa-
nitárias e religiosas dos
compradores.
O presidente e funda-
dordoFrisa,ArthurArpini
Coutinho, destaca as par-
tes dianteiras dos bois –
quesãopoucovalorizadas
no Brasil, e que são muito
bem vendidas em países
muçulmanos.
“Temos acém, pescoço,
paleta,peitobovinoemús-
culo. Evidentemente, con-
siderando que os cortes
dianteiros têm menor va-
lor, se apresentam com um
alcance mais abrangente
do que os cortes do trasei-
ro”,comentouopresidente
daempresaqueexportahá
maisde15anosparadiver-
sos países muçulmanos.
“Também exportamos
um volume expressivo de
cortes traseiro. Os países
árabes têm uma culinária
muito rica. Então, quase to-
dos os cortes são consumi-
dos. Inclusive, nosso princi-
pal cliente isolado é um im-
portador para o mercado
muçulmano”, completou.
A empresa não revelou
quanto lucra anualmente
com as exportações para
países do mundo árabe,
masinformouque15%do
totaldevendascorrespon-
dem à exportação para re-
giõescomoEmiradosÁra-
bes, Jordânia, Líbano, Pa-
lestina e outros.
A exportação de pés de
galinha, e outras partes do
frango, é feita pela Unia-
ves. A empresa vende para
a Arábia Saudita, Emira-
dosÁrabesUnidos,Iêmen,
Irã e outros que não pos-
suemmaioriaislâmica,co-
mo Argentina e Japão.
Outra empresa que tem
negócios com o mercado
árabeéaRealCaféSolúvel.
OdiretorComercial,Bruno
Giestas, pondera que a ex-
portação para países do
OrienteMédioedemaisna-
ções árabes tende a ser ins-
tável. “Geralmente os paí-
ses estão envolvidos em
conflitos internos, guerras,
entravesculturais,masain-
da assim vale a pena.”
Sem citar os valores,
Giestas informou que cer-
cade40%dasexportações
seguemparapaísesqueco-
bram o certificado Halal.
CERTIFICAÇÃO
De acordo com o vi-
ce-presidentedaFederação
das Associações Muçulma-
nas do Brasil (Fambras Ha-
lal), Ali Zoghbi, o processo
para a certificação das em-
presasparaexportaçãonão
é complexo, mas requer
uma série de critérios a se-
rem seguidos.
“Você tem os certifica-
dores que fazem esse ser-
viço, e toda uma gama de
especialistasparaorientar
os empresários. Não é um
processo complexo, mas é
bastante criterioso”, co-
menta Zoghbi.
ElaineCarvalho,quetra-
balha com a garantia da
qualidade da certificadora
Halal, destaca que o tempo
paraaconclusãodoproces-
sodecertificaçãovariacon-
forme a capacidade da em-
presa,masquedemora,em
média, de um a seis meses.
“Todasasempresas que
querem exportar passam
pelo crivo de três pessoas:
um responsável técnico,
umreligiosoeumespecia-
lista na área. Sem isso não
épossívelenviarparaoex-
terior”, explica Elaine.
FRISA/DIVULGAÇÃO
Preparação de carnes em frigorífico, que exporta produtos para países árabes
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