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ECONOMIA SEGUNDA,04 DE MARÇO DE 2019
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS INADIMPLENTES
(Período: dezembro/2018 comparado a dezembro/2017)
Fonte: Serasa Experian Infografia | Marcelo Franco
9,8%Região Sudeste
Rio de Janeiro
14,4%
São Paulo
10,1%
Minas Gerais
7,0%
Espírito Santo
3,3%
ANGELO PASSOS
[email protected] LEIA.AG/ANGELOPASSOS
Empresas do
Estado se
destacam
no Sudeste
Pagar em dia os compromissos é sinal
de saúde financeira. E, nesse quesito, as
micro e pequenas empresas no Espírito
Santo vão muito bem. Fecharam 2018
com o menor índice de crescimento de
inadimplência no Sudeste: apenas
3,3%, comparado a 2017, de acordo
com pesquisa da Serasa Experian.
A expansão desse mal no território
capixaba foi três vezes menor do que a
média no Sudeste: 9,8%. No Rio de
Janeiro, a inadimplência avançou
14,4%, mostrando o reflexo das crises
política e administrativa na economia.
Em São Paulo, a alta foi de 10,1%, e em
Minas Gerais, 7,0% – números ligados
principalmente a má gestão de negó-
cios. No país, o aumento foi de 5,9%.
O destaque do Espírito Santo é atri-
buído por empresários e economistas
a fatores regionais. A situação fiscal
do Estado brilha. É referência nacio-
nal. Aqui, o Executivo contrata e paga
em dia os fornecedores. Isso tem im-
pacto positivo na venda de produtos e
serviços de grande quantidade de mi-
cro e pequenas empresas.
Também favorece à criação de em-
pregos. O Estado foi o segundo que mais
reduziu o desemprego em 2018. E teve
a menor taxa de desocupados (11,5%)
em três anos, embora permaneça alta.
A super safra de café, 13,7 milhões de
sacas em 2018, movimentou a economia
de mais 60 municípios no Estado, aju-
dando micro e pequenos negócios.
“O desempenho das
empresas é favorecido
por inflação e juros mais
baixos, mais crédito e
consumo. Houve muita
renegociação de dívidas
no ano passado”
—
EDUARDO ARAÚJO
Economista
Cenário em 2019
O governo Bolsonaro entra no terceiro
mês espalhando mais dúvidas do que
certezas na economia. Quando e como
sairão as reformas prometidas, a da
Previdênciaeatributária?Quais serão
os impactos na economia, com o cho-
que entre os ministros Paulo Guedes e
Tereza Cristina? Apesar de todas essas
interrogações, cerca de 2 mil microem-
preendedores individuais (MEIs) sur-
gem a cada mês no Espírito Santo,
segundo dados da Receita Federal.
E a inadimplência?
O PIB nacional cresceu apenas 1,1% em
2018, mas o avanço do PIB capixaba foi
muito maior. Perto de 3%, dizem as
estimativas. A situação no Estado ajuda
a saúde financeira das empresas (baixa
inadimplência) e incentiva negócios.
Preparo
As empresas fizeram ajustes no pe-
ríodo da recessão. Estão mais prepa-
radas para as oportunidades de mer-
cado e para controlar a inadimplência,
analisa o economista Eduardo Araújo.
Onda nacional
OempreendedorismonoEspíritoSanto
vive uma onda de expansão, também
presente em outros Estados. Veja que
situação impressionante: 38% do total
de brasileiros em idade produtiva estão
envolvidos com algum tipo de micro e
pequeno negócio, segundo o Sebrae.
Isso representa 52 milhões de pessoas.
Para fora
Também vale lembrar que os micro e
pequenos negócios representam 40,8%
do número de empresas exportadoras
no Brasil. No Espírito Santo, a par-
ticipação é maior: 41,3%, apesar dos
gargalos na infraestrutura logística –
porto, rodovia e ferrovia. A pulveriza-
ção de operações com o exterior é im-
portante para a economia local em ter-
mos de empregos, formação de mão de
obra, fornecimento de materiais etc.
Predominância
O Sebrae constatou que 53% das MPEs
exportadoras capixabas são do ramo do
comércio, quantidade muito acima da
média no país, que é de 41%.
Bom começo de ano
As micro e pequenas empresas foram as
principais responsáveis pela manutenção
do nível de emprego no Brasil no primeiro
mês de 2019, com saldo positivo de 60,
mil vagas formais, segundo o Ministério
do Trabalho. Empresas médias e grandes
tiveram saldo negativo: -25 mil postos.
Que responsabilidade!
Micro e pequenas empresas abrigam 85%
das vagas com carteira assinada no país.
297,8 MIL
EMPRESAS
Foi o total de micro e pequenas
empresas optantes pelo Simples
(regime tributário simplificado)
registradas pela Receita Federal no
Espírito Santo, no final do ano
passado.Aexpectativaédeforte
crescimento do número em 2019. A
Confederação Nacional dos Municípios
articula com o governo federal
políticas de incremento às MPEs.
| VAREJO |
Jurospesammenosnasprestações
Pesquisa da CNC sugere
que famílias estariam
prontas para começar
um ciclo de consumo
Nunca a prestação de um
financiamento coube tan-
tonobolsodoconsumidor
brasileiro. O valor médio
da prestação para com-
prar um bem durável de
R$ 1 mil, como uma gela-
deira, era de R$ 73,01 ao
mês no fim do ano passa-
do, conforme cálculos da
Divisão Econômica da
Confederação Nacional
doComérciodeBens,Ser-
viços e Turismo (CNC).
É o menor valor, em ter-
mos reais, descontando a
inflação, desde que a CNC
começouafazeressecálcu-
lo,emmarçode2011.Ore-
sultadosugerequeasfamí-
lias estariam prontas para
começarumciclodeconsu-
mo desses produtos, mas
um avanço maior é freado
pelo desemprego elevado.
Semana passada, o IB-
GE revelou que há 12,
milhões de desemprega-
dos. Quando se leva em
conta os desalentados
(que desistiram de buscar
uma vaga) e aqueles que
trabalham menos do que
gostariam, o contingente
vai a 27,5 milhões.
Para chegar ao valor da
prestação, os economistas
da CNC levam em conta a
taxa de juros média ao
consumidor de 24,1% ao
ano e o prazo médio de
16,5 meses, medidos pelo
BancoCentral(BC)emde-
zembro de 2018. Em de-
zembro de 2011, o valor
era de R$ 100,52, pelos
mesmos parâmetros.
Segundo o economis-
ta-chefe da CNC, Fábio
Bentes, o peso menor das
prestações é explicada pe-
lareduçãodastaxasdeju-
roseumalongamentodos
prazos de financiamento.
ASelicestáem6,5%des-
demarçode2018.Aolongo
desse ciclo de reduções na
taxa, a percepção de muitos
consumidores era de que o
alívio não chegava ao vare-
jo. Para Bentes, a análise da
série histórica da CNC mos-
tra que o repasse foi lento.
MasaSelicnãoexplicatudo.
Areduçãodainadimplência
eabaixaprocuraporcrédito
também levaram os bancos
a reduzirem taxas.
DESÂNIMO
Ainda assim, o consumo
segue frágil. Em 2018, o
consumo das famílias pu-
xou o PIB, mas a alta de
1,9% ficou pouco acima do
avanço de 1,4% de 2017.
A queda do valor da
prestação é insuficiente
para mudar o quadro por-
que, segundo Bentes, ain-
da existe “insegurança em
relação ao emprego”.
(Agência Estado)
VITOR JUBINI - 07/11/
Financiamento de eletrodomésticos está mais barato
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