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(Pinheirojpa) #1

País • p. 6A
Senado: Alcolumbre articula
conciliação entre base e oposição
Até então desconhecido, presidente da Casa ainda tenta se firmar como liderança
AMANDA ALMEIDA
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BRASÍLIA
Um mês depois de uma
eleição turbulenta con-
tra Renan Calheiros (MDB-
AL), o presidente do Sena-
do, Davi Alcolumbre (DEM-
AP), tem dado os seus pri-
meiros passos para se livrar
da imagem de só ter chega-
do ao posto graças ao emba-
te com um cacique emede-
bista desgastado.
Na tentativa de se firmar
como uma liderança para os
colegas, o parlamentar con-
centra-se em articular uma
conciliação no Senado e, ao
mesmo tempo, empoderar-
se como nome forte no go-
verno Jair Bolsonaro.
Aos 41 anos de idade, Al-
columbre tornou-se o presi-
dente mais jovem da histó-
ria do Senado. Conseguiu o
feito em seu primeiro man-
dato, sendo um senador dis-
creto e considerado de
"pouca expressão" pelos co-
legas nos primeiros quatro
anos no cargo.
Por isso, relata, tem se cer-
cado de colegas mais experi-
entes como conselheiros.
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
se tornou uma das suas prin-
cipais referências. Ao tuca-
no, quer entregar a relatoria
da reforma da Previdência.
Na tentativa de se fortale-
cer, também tem se empe-
nhado na conciliação com a
oposição. O petista Jaques
Wagner (BA) se tornou ou-
tro interlocutor freqüente.
Em nome de acabar com o
clima de acirramento no Se-
nado depois da disputa pela
Presidência, Wagner pre-
gou aos colegas que o PT de-
veria aceitar a proposta do
novo presidente e ficar com
a terceira suplência da Mesa
Diretora, em vez de conti-
nuar brigando por um espa-
ço melhor.
Alcolumbre disse que se
sentiu "prestigiado" com o
gesto de Wagner, considera-
do por ele um político "res-
peitadíssimo". Logo depois,
o próprio baiano se tornou o
terceiro suplente da Mesa.
Alcolumbre foi alçado à
Presidência do Senado em
uma tumultuada disputa, em
2 de fevereiro, que, até a de-
sistência de colegas, chegou
a ter dez candidatos. Só foi
eleito em uma segunda vota-
ção, depois de a primeira ser
anulada por terem sido con-
tabilizados 82 votos, e não
81, o número de senadores.
Agrande marca do processo
foi a tentativa de Renan de
chegar à cadeira pela quinta
vez, em seu quarto mandato.
Um grupo de senadores pas-
sou os meses que antecede-
ram a eleição numa cruzada
contra o alagoano. Davi deci-
diu ser candidato em novem-
bro, quando começou, segun-
do ele próprio, a "Operação
Reumatismo": nome que deu
para uma campanha que se li-
mitou a articulações sigilosas,
sem pedido público de voto.
Diferentemente dos cole-
gas que pretendiam enfren-
tar Renan, Alcolumbre pas-
sou novembro, dezembro e
janeiro tentando se cacifar
para a disputa. Pediu aval do
próprio partido para concor-
rer e de seus quadros que in-
tegram o governo Bolsonaro,
especialmente o do ministro
Onyx Lorenzoni (Casa Ci-
vil). Com sinal positivo, pas-
sou a viajar pelos estados e a
pedir votos aos colegas.
ISOLAMENTO DO MDB
Para buscar a "paz romana"
no Senado, Alcolumbre en-
frentou seus próprios alia-
dos. Foi cobrado, quando
eleito, a isolar o MDB. Ale-
gou que "não poderia fazer o
mesmo que eles fizeram nos
últimos anos". Em 2015, ao
derrotar Luiz Henrique
(MDB-SC), Renan ignorou
a tradição de proporcionali-
dade na distribuição de car-
gos no Senado, que respeita
o tamanho das bancadas, e
tirou da Mesa partidos que
apoiaram o correligionário.
— Tive de falar duro com
eles —diz o presidente.
O perfil conciliador de Alco-
lumbre já era conhecido no
DEM. Segundo relatos, ele
sempre conseguiu transitar
entre a ala mais à direita e ao
centro do partido. Foi filiado
ao então PFL em 2005 pelo
presidente da Câmara, Rodri-
M


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" PÁTRIA AMADA


1 .BRASIL GOVERNO FEDERAL^

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