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CIDADES QUARTA,06 DE MARÇO DE 2019
|FIMDAFOLIA|
Confusão no Centro após
festa de blocos de carnaval
Houve confronto entre
PM e vândalos. Balas
de borracha, garrafas e
bombas foram jogadas
DIVULGAÇÃO
Polícia Militar precisou intervir para acabar com tumulto no Centro de Vitória
FLASH
V
Pancadaria encerra megabloco
Uma confusão antecipou o encerramento do desfile do bloco Fervo da Lud,
da cantora Ludmilla, no Centro do Rio de Janeiro, no início da tarde de ontem.
Havia mais de 1 milhão de pessoas.FOTO:Alexandre Durão/Estadão Conteúdo
PEDRO PERMUY
[email protected]
A madrugada da última
terça-feira não acabou
bem depois que os blocos
decarnavalpassarampelo
Centro de Vitória. Na Rua
Sete, houve confronto en-
tre policiais e pessoas que
atiravam objetos. Às 2h
ainda era possível ouvir
disparosdebalasdeborra-
cha.Passadooepisódiode
enfrentamento, as ruas fi-
caram repletas de vidro
quebrado e muita sujeira.
Um advogado filmou a
confusão, mas prefere não
se identificar. Ele mora no
quartoandardeumprédio
na Rua Sete e disse que
acordou com barulho de
bombas de efeito moral
por volta da meia-noite e
só viu os foliões saírem do
local por volta das 2h30.
“Teoricamente o carnaval
está terminando às 22h,
masoscarrosdesomficam
ligados até 4h”, reclama.
Segundo ele, o proble-
ma está sendo frequente
nesta temporada de car-
naval. O advogado frisa
que a diferença da última
noite foi que a polícia teve
queseracionada.“Elesco-
meçaram atirando, jogan-
do bombas, de longe, mas
quando acabou só se via a
ruatotalmentesuja,muita
fumaça e vidro quebrado
na rua inteira”, lamenta.
Moradora do mesmo
prédio do advogado, mas
no 1º andar, uma senhora
de 93 anos passou a noite
trancada no banheiro de
seu apartamento. De acor-
docomele,aidosaacordou
no susto e foi colocada pe-
las filhas em um lugar que
fizesse menos barulho.
A moradora e dona de
casa Maria Aparecida
González,53,reforçarque
oshoráriosnãosãorespei-
tados. Mesmo após o fim
dos blocosedaprograma-
çãodeshowsoferecidape-
laPrefeituradeVitória,al-
gumas pessoas permane-
cem e cometem atos de
vandalismo no local.
“Temgentequevempa-
ra brincar, outros não. Es-
tamos sem dormir há 4
diasporqueterminaafolia
e vândalos começam a
quebrar garrafa, fazer ne-
cessidade em tudo que é
canto”, reclamou.
RESIDENCIAL
O aposentado Luiz Pi-
nheiro, 73, que tem um fi-
lhodeficiente,ressalta que
obairroéresidencialeava-
lia que existem outros lo-
cais apropriados para o ti-
po de festa. “Eu não sou
contranada,masachoque
tem lugar específico para
isso. Aqui no Centro a
maioria dos prédios é resi-
dencial,defamíliasquede-
pendem do silêncio para
descansar”, completou.
Uma outra moradora
da região, que também
preferiunãoseidentificar,
contouqueficouapavora-
dacomascenasdamadru-
gada. Ela destaca que as
pessoas que estavam na
rua, mas não estavam en-
volvidasnaconfusão,fica-
ram desesperadas.
“Umambulantedeaca-
rajé, que já é um senhor,
ficou sem saber o que
fazer.Eleentrouporbaixo
da barraca dele e ficou lá
um tempão”, diz. Segun-
doamoradora,aruaficou
repletadelixoeumverda-
deiro caos depois dos epi-
sódios das bombas e das
garrafas arremessadas.
Nas redes sociais, os co-
mentários sobre a confu-
são na madrugada toma-
ram conta das discussões
em grupos de moradores
de Vitória. “Cenário de
guerra”, cravou a inter-
nauta Rosemary Walcher,
emumpostquefezemmo-
do público no Facebook.
“Baile do Mandela”
tomou conta das ruas
A Prefeitura de Vitória
informou que o problema
no Centro foi a realização
de um “Baile do Mandela”
–nome dado afestasclan-
destinas no meio da rua –,
e que começou após os
desfiles dos blocos, que
terminaram às 22h da se-
gunda-feira.
Até as 2h, segundo o
Disque-Silêncio da Capi-
tal, dois carros de som fo-
ram multados por excesso
de volume e um suspeito
foi detido.
De acordo com o secre-
tário de Segurança Urba-
na de Vitória, Fronzio Ca-
lheira, dentro do horário
deprogramaçãodosdesfi-
les dos blocos de carnaval
nenhuma ocorrência foi
registrada.“Oqueaconte-
ceu ali foi um Baile do
Mandela clandestino, que
começou sem autoriza-
ção.Aprefeituraatuanes-
se horário”, disse.
Segundo Fronzio, as-
simqueafestaclandestina
começou a acontecer, um
outro grupo começou a
atirar pedras no Palácio
Anchieta e a agredir segu-
rançasdoPaláciodaFonte
Grande.
Nesse momento, equi-
pes da Força Tática da Po-
lícia Militar do Espírito
Santo foram acionadas
para conter os suspeitos.
DROGAS
Dois jovens
mortos em
São Pedro
Dois amigos foram as-
sassinados a tiros na re-
giãodaGrandeSãoPedro,
emVitória,namadrugada
deontem.Asvítimassãoo
estudante Carlos Henri-
que Lima de Araújo, 16
anos, e o auxiliar de servi-
ços gerais Jessé Teodoro
Chaves, 25 anos.
Segundo informações
repassadas à Polícia Civil,
os dois participavam de
um churrasco entre ami-
gos na rua Wilson Toledo,
no bairro São José, por
volta das 2h de ontem.
Enquanto conversa-
vam com amigos, Carlos
Henrique e Jessé foram
abordados por um carro
preto. Ao menos quatro
bandidos desceram do
veículo armados e vesti-
doscomcoletesàprovade
balas e atiraram contra as
duas vítimas.
Segundo familiares,
ambos tinham envolvi-
mento com drogas. Os cri-
mes serão investigados
pela Delegacia Especiali-
zada de Homicídios e Pro-
teção à Pessoa (DHPP) de
Vitória.
BRIGA
Mulher
leva facada
de amiga
Uma moradora do bairro
SantosDumont,emVilaVe-
lha,quenãoteveaidadein-
formada, esfaqueou a ami-
ga, de 45 anos, após uma
brigadentrodecasaporvol-
ta das 20h de segunda.
Segundo testemunhas,
as duas estavam conver-
sando e a mulher de 45
anos teria tentado roubar
adonadacasa.Paraimpe-
dirocrime,adonadoimó-
vel reagiu e feriu a amiga
comduasfacadas:umano
peito e outra no ombro.
Vizinhos perceberam a
confusão e acionaram
umaambulânciadoSamu
quando notaram que uma
mulher estava ferida. Ela
foi levada para o Hospital
Antônio Bezerra de Faria.
Aos investigadores do
DepartamentodeHomicí-
dios e Proteção à Pessoa
(DHPP), a mulher esfa-
queadacontouqueéusuá-
riadecrackesoropositiva,
tendo contraído a doença
pelo uso de drogas. Ela
confessou que foi esfa-
queada ao tentar roubar a
amiga.