A Gazeta [ES] 6 03 2019

(Pinheirojpa) #1
Política.

QUARTA,06 DE MARÇO DE 2019| 14


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| FUTURO EM JOGO |


PT, MDB E PSDB TENTAM


SE REEGUER NO ESTADO


Antes majoritários, partidos perderam espaço na última eleição


MAÍRA MENDONÇA
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PortrêsdécadasPT,PSDBe
MDB ditaram as regras da
política nacional e, por ta-
bela, exerceram grande in-
fluência nos Estados, in-
cluindo o Espírito Santo.
Mas o pleito de 2018 ace-
nou definitivamente para
mudanças. Imersos em um
contexto de escândalos na-
cionaisdecorrupção,dere-
jeição da população diante
de políticos tradicionais e
de erros estratégicos de
campanha, o trio reconhe-
ce que perdeu protagonis-
mo no Estado e agora tenta
retomar seu espaço.
Mas enquanto no PT as
estratégiasderecuperação
para 2020 já começam a
ser postas em prática, lide-
ranças do PSDB e do MDB
apontamparaanecessida-
de prioritária de realinha-
mento interno, a fim de
fortalecer e unir as siglas.
Líder do PT, João Coser
tem como foco eleger ve-
readores em 2020. “Esta-
mos identificando 30 mu-
nicípios em que o PT pode
ganhar. Em pelo menos
metadedeleshácondições
para prefeitos. Sabemos
que não vamos conseguir


ficar de pé nos 78, mas
mesmoondenãotiverpre-
feito, queremos vereado-
res”, entrega.
Em 2014, o PT elegeu
três deputados estaduais
(mas Rodrigo Coelho pas-
sou para o PDT) e dois fe-
derais. Hoje, o partido pos-
suiumadeputadaestadual
(Iriny Lopes), um deputa-
do federal (Helder Salo-
mão) e apenas um prefeito
(Alencar Marim, de Barra
de São Francisco).
Coser atribui a redução
localdeespaçodopartidoàs
questões nacionais. “Há
uma campanha nacional
contraoPT,ameaçasdeaca-

bar com o partido. O PT pa-
gou um preço muito alto
porque tentam atrelar a ele
todas as denúncias de cor-
rupção,alémdosataquesao
Lula. Isso vem desde o im-
peachment da Dilma”, diz.
Mas Coser aposta em
uma guinada até 2024. Fi-
gura importante nesse pro-
cesso será o deputado fede-
ralreeleitoHelderSalomão,
que hoje detém grande par-
te do capital eleitoral do PT.
Helder avisa que sairá em
campanhapeloEstadopara
apoiarcorreligionários,mas
nãodescartaachancedeele
mesmo disputar a Prefeitu-
ra de Cariacica. “Estamos
conversando”, adianta.

A UNIÃO FAZ A FORÇA
Entre os tucanos a preo-
cupação é com a união.
Max Filho, prefeito de Vila
Velha,apontaodesgastedo
PSDB estadual iniciado em
2017, quando o comando
do diretório regional foi
disputado entre ele e o
atual presidente César Col-
nago, provocando um ra-
cha internamente.
“Perdemos muitos qua-
dros com isso, como Luiz
Paulo Vellozo Lucas (hoje
noPPS).Algunsdeputados

(que eram do partido) se
elegeram por outras legen-
das, como Luciano Macha-
do (PV), Carlos Von (Avan-
te), Sergio Majeski (PSB).”
Às perdas soma-se ain-
da a derrota de Ricardo
Ferraço no Senado. Colna-
go, entãovice-governador,
porsuavez,nãoconseguiu
uma cadeira de deputado
federal. Atualmente, o
PSDB capixaba possui três
representantes na Assem-
bleia Legislativa, 14 em
prefeituras e nenhum na
Câmara dos Deputados.
“Aqui no Espírito Santo,
conseguimos aumentar
nossa representatividade,
formando a segunda
maior bancada na Assem-
bleia. Mas é necessário re-
tomar o protagonismo.
Nos próximos meses va-
mosrealizarasconvenções
municipais e a estadual
com o objetivo de unir e
fortalecer o PSDB”, diz o
presidente, que defende a
renovação de lideranças,
mas com “qualidade”.
Max vai pelo mesmo ca-
minho. “Eu tenho pregado
um consenso nas conven-
ções. É preciso ter uma lide-
rançaquedialogue,sejami-
litante e não se reúna ape-

“Estamos
identificando
30 municípios em
que o PT pode
ganhar com
vereadores.
Em pelo menos
metade deles há
condições para
prefeitos”

JOÃO COSER
PRESIDENTEDOPT
NOESPÍRITOSANTO

“É preciso
retomar o
protagonismo. Nos
próximos meses
vamos realizar
as convenções
municipais e a
estadual com o
objetivo de unir e
fortalecer o PSDB”

CÉSAR COLNAGO
PRESIDENTEDOPSDB
NOESPÍRITOSANTO

nas às vésperas da eleição
para formar chapa.”

RUMOS DO MDB
Para além da derrota de
Lelo Coimbra, que não se
reelegeu deputado fede-
ral, o MDB amargou em
2018 a perda de um forte
cabeça de chapa, quando
Hartung decidiu não dis-
putar o Palácio Anchieta e
deixar o partido. Mas esse
não foi o único problema.
“O MDB é um partido ex-
cepcional, mas o que acon-
teceunoEstadofoilamentá-
vel.Disputamosumaeleição
puro-sangue. Se tivéssemos
coligado,teríamosfeitoqua-

tro,cincodeputados.Sófize-
mosdois”,criticaodeputado
estadual José Esmeraldo.
Asiglajátevesetedepu-
tados estaduais na legisla-
tura anterior, depois pas-
sou para três e agora tem
dois. Em 2016, quando
Hartung, ainda no MDB,
comandavaogoverno,ele-
geu 16 prefeitos.
Nosbastidores,odescon-
tentamentocomaatualges-
tão, de Lelo Coimbra, é
grande, o que vem amea-
çandoacontinuidadedesua
liderança. Em junho, nas
convenções, ele terá ao me-
nos um concorrente decla-
rado. Trata-se de Marcelino
Fraga,quejápresidiuasigla.
“Opartidoestámuitodesor-
ganizado.Em50%dascida-
des não há mais diretórios.
Precisamos resgatar antigas
liderançaseformarnovoslí-
deres também”, analisa.
O deputado estadual
Hércules Silveira, que en-
saia candidatura à Prefeitu-
ra de Vila Velha, concorda:
“Estou no quarto mandato.
Se não houver renovação o
partidonãocresce”.Leloeo
secretário-geral do MDB,
ChicoDonato,foramprocu-
radospelareportagem,mas
não deram retorno.

GABRIEL LORDELLO/ARQUIVO

João Coser, à frente do PT; César Colnago, presidente estadual do PSDB; e Lelo Coimbra, do MDB: desafio é garantir relevância às siglas no cenário local


FACEBOOK/JOÃO COSER FRED LOUREURO/SECOM-ES
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