A Gazeta [ES] 6 03 2019

(Pinheirojpa) #1
Economia.

QUARTA,06 DE MARÇO DE 2019| 18
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PROCESSOS A MENOS, SOLUÇÕES A MAIS


Resolução de casos trabalhistas no ES ficou mais ágil com redução de ações


Evolução de novas
ações trabalhistas

Soluções de casos
(baixa do processo)

Acordos em relação
ao total de casos

2014
2015
2016
2017
2018

70.
76.
75.
72.
58.187 10.132 9.773 10.933 10.520 9.

37.
38.
40.
39.
34.

32.
38.
34.
33.
23.

53,8%
49,8%
54,4%
54,0%
59,1%

Além dos novos
casos, há uma
grande quantidade
de ações anteriores
pendentes de
solução Total de
casos
(novos
e antigos)

Casos
encerrados
(sentença
ou acordo)

Em
percentual
Restaram
pendentes
de baixa

Percentual
de
resolução

Acordos
realizados
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) Infografia | Genildo Ronchi

2014 2015 2016 2017 2018

2014 2015 2016 2017 2018

37.

41.
40.

36.

23.

14,47%
12,80%

14,58% 14,43%

15,68%

| JUSTIÇA DO TRABALHO |


NÚMERO DE AÇÕES CAI E


SOLUÇÃO ESTÁ MAIS ÁGIL


Processos no Estado tiveram redução de 36% após reforma


GERALDO CAMPOS JR
[email protected]


Passadopoucomaisdeum
ano que a reforma traba-
lhista entrou em vigência,
muita coisa mudou. Para
alémdasalteraçõesnasre-
lações de trabalho e sindi-
cais, uma das maiores mu-
dançasésentidanaJustiça
do Trabalho, que viu em
2018 o número de novas
ações cair drasticamente.
Além disso, houve maior
resolução dos processos e
de forma mais ágil.
Noanopassado,primeiro
quepegouemcheioasnovas
regras – que estão valendo
desde novembro de 2017 –,
foram protocolados no Tri-
bunal Regional do Trabalho
do Espírito Santo (TRT-ES)
23.785 ações. O número re-
presentaumaquedade36%
na comparação com 2017
(quando foram 36.979 pro-
cessos) e de 41% na compa-
ração com 2016 (que regis-
trou 40.307 casos novos).
Seporumladoademan-
da de trabalhadores ao Po-
der Judiciário caiu, por ou-
tro, com o menor fluxo de
ações, o percentual de reso-
lução de casos foi o melhor


dos últimos anos, seja com
soluçõesporsentençaouvia
acordo judicial. Em 2018,
59,1%detodososprocessos
(novos e pendentes de ou-
tros anos) tiveram baixa,
percentual maior do que a
média dos anos anteriores,
quando era de 51%.

MUDANÇAS
De acordo com o juiz ti-
tularda5ªVaradoTrabalho
de Vitória e presidente da
Associação dos Magistra-
dos da Justiça do Trabalho
doEspíritoSanto(Amatra),
LuizEduardoSoaresFonte-
nelle,areformaafetouare-
lação de trabalhadores e
advogados com o Judiciá-
rio de várias formas.
“Com a reforma, houve
uma perplexidade sobre as
novas normas, já que foram
mudanças profundas em
leisqueeramantigas.ACLT
temmaisde70anos,então,
as pessoas estavam acostu-
madas. Isso gerou um te-
mor. Outro ponto que afe-
tounareduçãodecasosfoia
inclusão dos honorários ad-
vocatícios sucumbenciais,
que são pagos pela parte
que perde a ação, inclusive

se for o empregado. Isso le-
vouaumacautelamaioran-
tes de ingressar com uma
ação”, explicou.
Outra mudança de im-
pacto é a maior força que a
reforma deu às negocia-
çõesindividuaisecoletivas,
jáqueonegociadopassoua
valermaisqueolegislado.
“Isso inibiu o juiz para
avaliar essa nego-
ciação”, afirmou
Fontenelle.

O advogado trabalhista
Alberto Nemer lembra que
nessaqueda há outros com-
ponentes. “Antes da refor-
ma, que passou a valer em

novembro de 2017, muita
gente antecipou o ajuiza-
mentodeações.Foiummês
com aumento gigantesco.
Outro ponto é a própria di-
minuiçãodo númerodead-
missões e demissões, por
causa da crise. No pior mo-
mento,entre2014e2016,é
que ocorreram a maioria
das demissões. A partir de
meados de 2017 e sobretu-
do em 2018, com a me-
lhoradaeconomia,as
demissões come-
çaram a cair”.

RAPIDEZ
Os principais ganhos
apontados pelos especialis-
tas com as mudanças e a
consequente queda de
ações foram a maior res-
ponsabilidade exigida ao
trabalhador e a agilidade
nos processos. “A Justiça do
Trabalho deixou de ser um
palcodeaventurasjudiciais.
Hoje é preciso mais respon-
sabilidade. Certamente se
olharmos as novas ações,
elas são mais verdadeiras,
porqueantespedia-sedetu-
do pensando ‘se colar, co-
lou’”, comentou Nemer.
O advogado ressaltou
que a Justiça do Trabalho
semprefoimaiscélereque
as outras, mas que isso fi-
cou ainda mais rápido.
“Com menos casos, me-
lhorou ainda mais.”
Segundo o juiz Luiz
Eduardo Soares Fontenelle,
a retração nas ações permi-
tiu uma otimização no ser-
viço. “As Varas estão se de-
dicando a trabalhar mais
com as execuções, que são
os processos já julgados, e
investindo em conciliação,
ondeoTRTtemobtidobons
resultados e mais eficácia.”

ARQUIV
O

Carteira de
trabalho: redução
no número de
processos
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