Adega - Edição 159 (2019-01)

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quando não está na Toscana, mas trocou a moda
pelo vinho.
A Podere Il Carnasciale conta, hoje, com
4,5 hectares distribuídos por cinco parcelas di-
ferentes de vinhedos. As mais recentes (de 2010
e 2013) foram plantadas numa quota mais baixa
(250 metros) do que as mais antigas (450 metros
de altitude), com um duplo objetivo, segundo
Peter Schilling, que responde pela enologia com
o italiano Marco Maffei. Primeiro, o de facilitar
a maturação da própria Caberlot, que precisa de

calor; segundo, o de garantir que, mesmo diante
de um desastre climático, como o que dizimou
as oliveiras em 1985, haverá uvas para produzir
algum vinho. Todo o trabalho no vinhedo é ma-
nual e, em parte, realizado por um grupo de ad-
miradores do vinho vindos de diferentes partes do
mundo, que se intitulam “Amigos do Caberlot”.
A produção é totalmente orgânica e o rendi-
mento, como esperado, baixo: 3 toneladas por
hectare. Após a colheita, o mosto é fermentado,
sem engaços, em pequenos tanques de inox, cor-
respondentes a cada parcela de vinhedo e a cada
dia de colheita. A malolática e o amadurecimen-
to do vinho se dão em barricas de carvalho fran-
cês, 60% novas, por 22 meses, com uma única
trasfega. Ao final desse período, testa-se o vinho
de cada barrica para decidir o que será destina-
do ao próprio Il Caberlot e o que dará origem
ao Carnasciale, o segundo vinho, lançado pela
primeira vez em 2000. Uma vez tomada essa de-
cisão, o Caberlot, do qual serão produzidas em
torno de 3 mil garrafas por safra, só será liberado
16 meses depois de engarrafado; o Carnasciale,
com produção em torno de 8 mil garrafas, após
seis meses. Este último chega ao mercado em
garrafas normais de 750 ml. Ao irmão mais velho
são reservadas apenas garrafas magnum e, mais
recentemente, double-magnum.

Novidades
A partir da safra 2016, a Podere Il Carnascia-
le passou a produzir um terceiro vinho, 100%.
Sangiovese. O “Ottantadue” (82) utiliza uvas
próprias e de um outro produtor. As primeiras
são provenientes de um pequeno vinhedo de 0,8
hectare plantado pelos Rogosky para um vizinho
em 2004 e adquirido por eles em 2015. As que
são compradas vêm de um vinhedo certificado
como orgânico, situado nas proximidades.
Outra novidade recente foi a introdução de
uma edição limitada de garrafas de 750 ml, mas
com um conceito diferente. Para se manter fiel
ao espírito do Il Caberlot, Moritz decidiu criar
um rótulo com o nome Sommelleria e chamar as
garrafas de “demi-Magnum”. O objetivo por trás
desse aparente truque de marketing, que parece
inspirado por seu pai, é vender essas garrafas ex-
clusivamente a restaurantes por intermédio dos

Wolf Rogosky e
Remigio Bordini,
criadores do Caberlot
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