Público - 11.09.2019

(Jacob Rumans) #1
2 • Público • Quarta-feira, 11 de Setembro de 2019

DESTAQUE


UNIÃO EUROPEIA


Ursula von der


Leyen deu a Elisa


Ferreira a pasta


que António Costa


mais cobiçava


Sucessora de Jean-Claude Juncker revelou os nomes


dos comissários e as respectivas pastas. Portuguesa


Äca com a Coesão e Reformas


Rita Siza , Bruxelas


E

lisa Ferreira vai ser responsá-
vel pela distribuição dos fun-
dos estruturais da União Euro-
peia, enquanto comissária
europeia para a Coesão e
Reformas. A presidente eleita
da Comissão Europeia, Ursula von
der Leyen, atribuiu-lhe a pasta da
política regional que era cobiçada
pelo primeiro-ministro português. E
ainda lhe acrescentou uma série de
novas responsabilidades, nomeada-
mente a gestão do Fundo de Transi-
ção Justa que visa assegurar o apoio
às regiões mais afectadas pela mudan-
ça para a nova economia “verde” ou

a gestão do futuro instrumento orça-
mental para a convergência e com-
petitividade (vulgo orçamento da
zona euro), que deve ser constituído
no âmbito do próximo quadro Ænan-
ceiro plurianual e pode ascender aos
17 mil milhões de euros.
“É com muita satisfação e cons-
ciente da elevada responsabilidade
que me é conÆada que exercerei o
pelouro que me foi atribuído para os
próximos cinco anos, caso venha —
como espero — a ser conÆrmada no
cargo”, reagiu Elisa Ferreira. “Inves-
timento, desenvolvimento económi-
co, coesão territorial, convergência
económica e social no quadro da
União Económica e Monetária e tran-
sição energética são áreas prioritárias

da Comissão Europeia, nas quais
colocarei toda a minha determina-
ção, energia e experiência adquirida
ao longo da minha carreira proÆssio-
nal”, prometeu.

“Áreas estratégicas”
O primeiro-ministro português,
António Costa, reagiu sublinhando
que o pelouro atribuído a Elisa Fer-
reira “honra o país”. “E seguramente
está ao nível da qualidade da nossa
comissária. Esta era a pasta que
tínhamos acertado com a senhora
Ursula von der Leyen, e que permiti-
rá à comissária Elisa Ferreira — e tam-
bém a Portugal — trabalhar em áreas
estratégicas para o país”.
António Costa sublinhou que a

Ursula von der Leyen
comprometeu-se a compor
uma equipa paritária

vice-presidência, tendo em conta que
Elisa Ferreira terá maiores responsa-
bilidades de gestão de direcções-ge-
rais do que os novos vice-presidentes
não-executivos nomeados por Ursu-
la von der Leyen, alguns dos quais
serão generais sem tropas, isto é, sem
nenhuma direcção-geral a sustentar
a sua acção política.
Além da gigantesca Direcção-Geral
da Política Regional e Urbana, o
pelouro da Coesão e Reformas inclui-
rá a supervisão de uma nova
direcção-geral para o Apoio às Refor-
mas Estruturais: é uma adaptação do
anterior serviço de apoio às reformas
estruturais, que foi criado no rescal-
do da crise do euro e da intervenção
da troika, para atender às necessida-

Josep Borrell, S&D
Alto-representante
da Política Externa
Aos 72 anos, Borrell assume o
cargo de alto-representante
para a Segurança e Política
Externa da UE e terá pela frente
as ameaças à “conquista”
diplomática do acordo nuclear
com o Irão.

Johannes Hahn, PPE
Orçamento e Administração
O seu primeiro desafio enquanto
comissário do Orçamento será
concluir as negociações do
próximo Quadro Financeiro
Plurianual para 2021-27, cujo
montante global ainda não está
determinado.

pasta é “mais alargada do que é tra-
dicional, tendo a dimensão dos fun-
dos estruturais”, mas também de
“dois novos fundos que Ænanciarão
a transição para a sociedade digital e
para o novo paradigma energético, e
o novo fundo que constitui o embrião
da capacidade orçamental da zona
euro e a dimensão do desenvolvi-
mento da estratégia das políticas
urbanas da União Europeia”.
Costa não se sentirá defraudado
pelo facto de a comissária portugue-
sa não ter sido distinguida com uma

Didier Reynders, RE
Justiça
Os chamados “eurocratas”
conhecem bem este veterano
governante francófono, que era
o número dois do Governo belga
e que já chefiou os Ministérios
das Finanças e dos Negócios
Estrangeiros.
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