Exame - Edição 1180 (2019-03-06)

(Antfer) #1
6 de março de 2019 | 21

de “computação por assinatura”. O
Azure é uma rede de mais de 100 da-
ta centers espalhados pelo mundo. Os
clientes, de startups recém-fundadas
a multinacionais, pagam conforme o
uso da infraestrutura. Isso vai desde
serviços tão simples, como obter es-
paço para armazenar dados, até o uso
de aplicações sofisticadas de inteli-
gência artificial. Julia White, respon-
sável por tudo o que se refere à com-
putação em nuvem na empresa, diz
que a transformação sob Nadella foi
essencial para o sucesso nessa nova
fronteira dos negócios. “A empresa
era muito insular e rígida”, diz Julia,
há 17 anos na Microsoft. “Já tínhamos
as competências e a energia necessá-
rias para o sucesso, mas Nadella per-
mitiu que elas viessem à tona.”
O que era quase uma curiosidade
na gestão anterior tornou-se o motor
do crescimento da Microsoft de hoje.
Em 2015, as receitas do Azure eram de
“apenas” 1 bilhão de dólares. Em 2020,
a expectativa é que elas cheguem a 22
bilhões. Ainda falta um pouco para
alcançar a líder AWS, da vizinha Ama-
zon, que faturou mais de 25 bilhões de
dólares em 2018. A empresa, fundada
por Jeff Bezos, tem sede em Seattle, a
apenas 20 quilômetros do campus da
Microsoft, que fica no subúrbio de
Red mond. “A migração para a nuvem
continua, e todas as empresas do setor
estão se beneficiando disso”, diz Kim
Forrest, vice-presidente do fundo Fort
Pitt Capital Group. “Ninguém está
perdendo, mas alguns são mais rápi-
dos do que outros”, diz a gestora em
relação à Microsoft.
O Azure e outros serviços por assi-
natura, como o pacote Office 365, es-
tão mudando a narrativa de uma
Microsoft antes destinada à insigni-
ficância — a morte mais dolorosa
para empresas de tecnologia. Consi-
dere o exemplo do Uber. O aplicativo
de transporte desenvolveu um tipo de
autenticação baseada em reconheci-
mento facial para garantir que os mo-
toristas do serviço são de fato quem
dizem ser. Senhas são facilmente
compartilhadas, mas rostos são úni-
cos. O motorista tira uma selfie de

MUITO ALÉM DO WINDOWS
Com ênfase em assinaturas, inovações em hardware e computação
na nuvem, a Microsoft deu uma das maiores viradas de sua história

As ações da Microsoft valorizaram mais
do que as de grandes concorrentes(1)

(1) Nos últimos cinco anos. Dados de 25 de fevereiro de 2019 (2) Alphabet, holding que controla o Google (3) Valores em 25 de fevereiro de 2019

Desde o fim de 2018, a Microsoft voltou
a ser a empresa mais valiosa do mundo

Microsoft

Apple

Amazon

Google(2)

Facebook

Alibaba

IBM

(em bilhões de dólares)(3)


851
189%

83%


-24%


130%


815


801


776


462
458
fevereiro 126
2014

fevereiro
2019

Microsoft

Google(2)

IBM

Apple

Satya Nadella, da Microsoft: em
cinco anos, ele promoveu uma
mudança na cultura da empresa

CHRISTOPHE MORIN/GETTY IMAGES

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