Das quadras para os palcos, dos jogos para a gestão esportiva: o
basquete como pano de fundo e um dos principais personagens do
esporte, a eterna Magic Paula
som do quicar
da bola laranja
naquela quadra
esportiva de
Osvaldo Cruz, na
Nova Alta Pau-
lista, em meados
da década de 70, poderia ter repre-
sentado apenas mais uma das muitas
brincadeiras de criança da menina
Maria Paula Gonçalves da Silva, de
sete anos. Mas sua personalidade
determinada, dedicada e inspirada
veio a transformá-la na mundial-
mente conhecida jogadora de bas-
quete Magic Paula – um dos ícones
da modalidade de todos os tempos.
A seguir, fragmentos do passado de
conquistas como atleta e flashes de
um presente escrito como gestora
esportiva desta mulher de fala calma
e hábitos simples.
Era 1972 quando Paula recebeupor IARA VALIENTE | fotos MAILA ALVESEM CASA
O
seu primeiro troféu em um torneio
de lance livre. No mesmo ano entrou
para o time juvenil da sua cidade
natal Osvaldo Cruz, depois de muita
insistência junto ao técnico da época.
Logo virou titular e em 1974 precisou
mudar de cidade para jogar pelo time
do Assis Tênis Clube. “O basquete
pintou como algo lúdico. Não tinha
noção de que o esporte iria virar
minha profissão. Foi difícil entender
porque eu tinha que sair de casa para
brincar, porque tinha que morar
longe da minha família (pais e três
irmãs), casa, escola, amigos. Foram
dias difíceis”. Apesar do sofrimento,
hoje a ex-atleta descreve os pais como
visionários. “Se você for pensar, 45
anos atrás, um pai e uma mãe insisti-
rem, apoiarem, estarem sempre pre-
sentes para minha vida ser voltada
para o esporte, foi de uma intuição in-
crível. Eles quem deram este pontapé16 REVISTAVOX.COM | DEZEMBRO 2019