VOX - #13

(VOX) #1

da inspiração que me acompanhou a
vida toda”, reconhece.
Sempre precoce e com um
dom impossível de ser ignorado, a
osvaldo-cruzense foi convocada para
a Seleção Brasileira adulta ainda aos
14 anos, quando morava em Jundiaí
(SP). No ano seguinte, virou titular
e no auge de seus 21 anos ajudou
a equipe a conquistar a medalha
de bronze no Pan-Americano de
Caracas, na Venezuela. Nesta época
nasceu o apelido que não deixou de
acompanhá-la, mesmo depois da
aposentadoria das quadras. Usado
pela primeira vez pelo jornalista
esportivo Juarez Araújo, da editora
Abril, ‘Magic Paula’ foi empregado
para comparar sua habilidade ao
do jogador de basquete americano
Magic Johnson.
Oito anos depois e ainda na equi-
pe brasileira, foi um dos destaques


da competição, que lutou pelo ouro
em outro pan-americano, desta vez o
de Cuba. Porém, o ouro emblemático
que consagrou aquela geração de jo-
gadoras veio anos mais tarde, em um
domingo de junho de 1994, no mun-
dial da Austrália, contra a China. “Até
então era só a antiga União Soviética
e os Estados Unidos que ganhavam.
Ali a gente ganhou o respeito de todo
o mundo”, relembra. Nesta época,
entre as coisas positivas que vieram
com os títulos, a campeã mundial cita
o fato de que o time feminino ultra-

passava os salários do masculino,
“porque lotávamos estádios, passá-
vamos na tv. Plantamos sementinhas
para que as gerações atuais tivessem
um tratamento um pouco melhor, de
igualdade”, elenca.
Paula inclusive menciona que a
delegação que ia para uma olimpíada
no começo contava com pouquís-
simas mulheres e que, hoje, esta
proporção subiu para quase metade
do total. “Precisamos ter é paciência
para continuar batalhando pelo que
queremos, por essa igualdade de ser-

“O esporte de uma forma natural me ensinou


diversos valores para a vida: disciplina, respeito


à hierarquia, convívio com limites, regras,


nuances de ganhar e perder, trabalhar em


equipe, viver sob pressão.”


DEZEMBRO 2019 | REVISTAVOX.COM 17

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