VOX - #13

(VOX) #1

66 REVISTAVOX.COM | DEZEMBRO 2019


foi muito bem apreciado por todos.
“Ali vivenciamos o milagre da
multiplicação. Setenta pessoas co-
meram e tive a festa mais incrível
do planeta com parabéns cantado
em africano. Eu não estava fisica-
mente perto da minha família, mas
ela estava comigo o tempo todo. E
eu sabia que voltaria um pouqui-
nho melhor para ela. Na bagagem
de volta não faltou gratidão. Se eu
plantei sonhos e esperanças no
coração daquelas crianças, já serei
uma pessoa realizada”, finaliza.


HOMENS À OBRA
Um grupo de cerca de 12 ho-
mens decidiu abrir mão do confor-
to para viajar até uma aldeia indí-
gena localizada no meio da floresta
no estado de Rondônia, acessível
apenas por água e com embarcação
pequena devido a profundidade do
rio, já que alguns pontos são muito
rasos. O destino final foi a morada
da etnia dos índios Pakaás Novos.
Lá eles ficaram por cinco dias.
O grupo formado por jovens
e senhores, misto em termos de
idade e profissões, sendo nove mo-
radores de Tupã, dois de Quatá e
um de São Paulo, saiu de Tupã em


1º de agosto de 2013. Pakaás Novos
fica a 12 horas de barco de Guajará-
-Mirim, um município brasileiro
do estado de Rondônia.
Para participar de uma via-
gem como essa, a única exigência
é querer ajudar. Neste projeto, o
objetivo principal era construir
uma sala de aula e reuniões para
os índios na tribo.
Dentre os homens, o desafio
foi aceito pelo jovem advogado de
Tupã, Mateus Vieira Prado. “Pro-
videnciamos todo o necessário
para a construção da sala de aula,

inclusive com recursos naturais
permitidos para os índios. Com
autorização, foi feita a derrubada
de uma árvore da floresta, com
aproximadamente 30 metros de
altura, de onde tiramos as tábuas e
as carregamos até a aldeia”, relem-
bra. Segundo o relato, isso foi feito
através de caminhada em meio a
floresta fechada por aproximada-
mente 1,5 quilômetros. A árvore
denominada “Mãe Preta” foi essen-
cial para a construção do espaço.
Havia licença para isso. “Fizemos
um contrapiso de concreto. Depois
foram fincadas toras, fechadas com
a tábua retirada da árvore”.
Conforme as etapas da obra,
primeiro foi feito o nivelamento
do piso. Em seguida foram er-
guidas as paredes em tijolos com
aproximadamente 1,20 metros de
altura e por fim o fechamento em
tábuas, feito só dias depois, devido
ao estado natural das madeiras, já
que precisavam de um tempo para
secar. A princípio a obra foi cober-
ta com telhas.
No total foram quatro dias de
construção. A obra foi finalizada
e depois de algumas semanas
de missão cumprida, os índios

“A maior satisfação


foi poder compartilhar


um pouco da minha


história e do que


Deus havia operado


em minha vida, além


do trabalho


missionário em si.”
Mateus Prado
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