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entenasde pessoasse acotovelavamparapegarumadas1.
placas em homenagemàmemóriada vereadora Marielle Fran-
co distribuídas pelosorganizadores da manifestaçãonaquele 14 de
outubrodo anopassado.Aviúvada vereadora, MônicaBenício,
agarradaaumposte, cativava as atenções:“As placasnão devemser
coladasemcimade outrasplacasnas ruas. Guardemcomomemó-
ria, comoresistência. Vocês são os legadosde Marielle”. Retida por
um engarrafamento atípicoem dia de domingo,afamília de Marielle
Franco chegouatrasada,quase no fim,quandorestavam apenasdez
placasaser entregues.Foiagota d’água.
Os pais da vereadora,MarinetedaSilva eAntonio Francisco da
SilvaNeto, nãoesconderamoaborrecimento. Areação maisenérgi-
ca partiu da irmã, Anielle, queiniciounarua umbate-boca com
MônicaBenício quesó terminou no banco traseirodo carro de um
parlamentar do PSOL.Elasforamretiradasàspressasda Cinelân-
dia,no centro do Rio,numatentativade protegeras desavenças de
olhares curiosos. Anielle disseaMônicaqueela nãopoderia ter fa-
ladoem nomeda família.Aviúvarespondeu queera direitoseu
ocupar “todosos espaçosde fala” ondepudessedefender amemória
de Marielle ecobrar das autoridadesumaresposta paraocrime.
De lá paracá, afamília eaviúvavivemàsturras. As desavenças em
tornodo legado edaimagemicônica de Marielle já não permitemque os
doislados dessaquerela convivam na mesma agenda pública, comoficou
clarono desfiledas escolasdoGrupoEspecial na Sapucaí. DonaMarine-
te efamília saíramna UnidosdeVila Isabel; Mônicadesfilou na Man-
gueira, quese sagrou campeã comoenredo“Históriapara ninargente
grande”, criadopelocarnavalescoLeandroVieiraemexaltação aos líderes
que influenciaramahistóriado Brasil, especialmente índios enegros.
CRÔNICADOCRIME