FOTO: 1 GIOVANI GARCIA 2 LIANE NEVES VOCÊ S/A | AGOSTO 2016 |^53
O executivo Raul Germany, de 51 anos, ainda lembra do dia em que começou
seu estágio. Depois de um processo seletivo disputado, foi admitido na
fabricante de autopeças Dana, em 1984. “Era 24 de setembro. Percebi que,
aqui, seria possível crescer.” A boa remuneração e a possibilidade de atuar
em diferentes áreas foram decisivas para que ele permanecesse lá. “Nunca
me senti estagnado. Em 18 meses, fui efetivado. Em três anos, 60% dos
produtos da área de engenharia passavam pelas minhas mãos, e eu ajudava
nas exportações por ter inglês e espanhol fluentes.” No começo, Raul se
assustou com as responsabilidades, e a inexperiência o deixava inseguro. “Com
o passar do tempo, notei que quem não está recebendo desafios é que deve
se preocupar.” Em pouco mais de três décadas, o executivo passou por quase
todas as áreas. Para ele, a postura dentro e fora da empresa o ajudou a chegar
ao posto máximo da companhia, de onde comanda 2 000 funcionários. “Quando
vou entrevistar jovens, presto atenção no caráter. Conhecimento a gente
adquire; caráter, não.” Até 2014, a Dana contratava 100 estagiários anualmente,
porém, com as dificuldades do setor automotivo, esse número caiu para 20
vagas em 2015 e 2016. Se a economia contribuir, haverá mais postos em 2017.
CARREIRA ACELERADA
RAUL GERMANY, PRESIDENTE DA DANA
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Nascido em Petrópolis (RJ), o
executivo Julio Talon, de 54
anos, teve a sorte de poucos e
conseguiu trilhar sua carreira
perto de casa. Mas, para
isso, precisou ser persistente.
Desde jovem, o engenheiro
mecânico já sabia que queria
trabalhar na GE Celma, braço
brasileiro da GE Aviation que
produz motores de aviões, e
tentou por dois anos seguidos
até conseguir. “A reputação da
empresa já era muito boa. Na
época ainda era uma estatal,
e eu sabia que poderia trilhar
minha carreira e ficar perto da
família”, diz Julio. E deu certo.
Há 30 anos ele começou na
companhia como estagiário
e, assim que entrou, já sentiu
o peso da responsabilidade.
“Fui selecionado para
a área de materiais e,
apesar de saber a teoria,
tinha muitas dificuldades
práticas.” Para ajudar em seu
desenvolvimento, ele virou
a sombra de seus gestores.
“Eu olhava tudo, perguntava
tudo.” Ao longo da carreira, o
executivo fez inúmeros cursos,
e até um MBA, patrocinados
pela empresa, e passou por
praticamente todas as áreas
da companhia até assumir
a presidência, em março
de 2010. Hoje, ele comanda
cerca de 1 600 funcionários
na maior operação da GE na
América Latina.^
PERSISTÊNCIA
CONSTANTE
JULIO TALON,
PRESIDENTE DA GE CELMA
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