Você S A - Edição 217 - (Agosto 2016)

(BrasilTuga) #1

MERCADO ESPECIAL


60 | AGOSTO DE 2016 | VOCÊ S/A FOTO: ROGÉRIO PALLATTA


N


a contramão do
movimento feito
por tantos profis-
sionais qualifica-
dos que, decepcio-
nados com a crise
política, têm dei-
xado o país para
atuar no exterior
desde 2014, a eco-
nomista paulistana Fernanda Macha-
do, de 40 anos, trocou em maio des-
te ano um posto de vice-presidente
numa entidade de tecnologia médica
nos Estados Unidos pelo cargo de
diretora de Acesso ao Mercado da Sa-
nofi no Brasil. Para a executiva, com
mais de 15 anos de carreira na área
de saúde, as dificuldades econômicas
que o Brasil enfrenta representam
uma oportunidade de aprendizado
profissional. “É um momento de con-
ter e redirecionar gastos, mas prin-
cipalmente de melhorar a comuni-
cação, de olhar para o mercado de
forma mais inteligente e definir o
que é prioridade de fato para ace-
lerar a busca por alternativas. Tem
beleza na crise também”, afirma.
Recém-criada na Sanofi, a área res-
ponsável pelas estratégias de acesso
aos mercados público e privado tem
15 funcionários e previsão de chegar
a 20 em 2017. O lançamento de no-
vos produtos no mercado brasileiro,
como a vacina contra a dengue, a
chegada da nova geração de insulina
de longa duração e o tratamento para
o colesterol alto, também aquecem
as contratações na empresa. “Apenas
no primeiro semestre deste ano, as
admissões de gerentes e diretores
para novas posições aumentaram
43% em relação ao mesmo período de
2015”, diz Rosilane Purceti, diretora
de recursos humanos da Sanofi no
Brasil. Com sede em São Paulo, três
fábricas no interior do estado e 5 000
funcionários, a unidade brasileira da
Sanofi registrou um faturamento de
1,1 bilhão de euros no ano passado. O
valor não inclui as receitas da Merial,

empresa de saúde animal da Sanofi.
E a previsão é continuar investin-
do no crescimento dos negócios do
grupo no Brasil. Um dos principais
exemplos disso é o centro de dis-
tribuição de Guarulhos (SP), inau-
gurado no ano passado e que deve
receber aportes de 200 milhões de
euros até 2020. “Embora, no momen-
to, o país esteja sentindo o impacto
da crise econômica, sabemos que o
mercado brasileiro tem um enorme
potencial e não perdemos de vista o
longo prazo”, afirma Rosilane.
O atual momento da indústria far-
macêutica no Brasil também trouxe
de volta ao país o administrador de
empresas Wilson Nascimento Junior,
de 29 anos, recém-promovido ao car-
go de diretor de negócios para o con-
sumidor no laboratório Libbs, onde
trabalha desde 2006. Até o fim do
ano passado, Wilson estava em Mia-
mi, nos Estados Unidos, como parte
do projeto de internacionalização da

Mercado crescente
Evolução da venda de genéricos
no Brasil (em milhões de dólares)

FONTE: IMS HEALTH / SINDUSFARMA / GERÊNCIA DE REGULAÇÃO DE MERCADOS

farmacêutica brasileira. Mas, com o
aquecimento do mercado nacional,
retornou a São Paulo para assumir
sua nova posição no fim de 2015.
“Apesar da crise, o mercado conti-
nua crescendo no Brasil, especial-
mente para as empresas com uma
estratégia sólida”, afirma. Wilson
não foi o único caso de promoção
na companhia. “Só neste ano, consi-
derando apenas cargos de liderança,
22 vagas já foram trabalhadas, sendo
12 para diretores”, afirma Madalena
Ribeiro, diretora de RH da Libbs.
Atualmente, a Libbs está com seis
vagas abertas nas áreas de pesqui-
sa científica, validação, marketing e
pesquisa e desenvolvimento – esta
última para o cargo de diretor. “Como
há poucas indústrias farmacêuticas
com área de P&D no Brasil, a posição
de direção nessa área tem sido difícil
de preencher”, afirma Madalena. Com
2 451 funcionários e faturamento de
1,33 bilhão de reais em 2015 – quase

(^2015) 522,2
(^2014) 497,8
(^2013483)
(^2012) 423,8
(^2011) 325,7
(^2009) 132,5
(^2010) 223,8
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