QUASE CENTENÁRIO, PAYSANDU DE BRUSQUE
REVIVE PARTE DE SUA LINDA HISTÓRIA
Quando o árbitro apitou o m da partida,
que reuniu os jogadores campeões de 1986 e
uma seleção de atletas master de Santa
Catarina, o placar era o que menos importava
a quaisquer dos presentes. O que eles haviam
revivido era o su ciente para fazê-los retornar
aos seus lares com a sensação de dever
cumprido. Disputado no estádio Cônsul
Carlos Renaux, o jogo festivo contou um
pedaço da história do Clube Esportivo
Paysandu, de Brusque, que completará 100
anos em 2018. Atualmente disputando
apenas o campeonato amador da cidade e se
dedicando a atividades como bocha e bolão, o
clube continua investindo nas categorias de
base, que revelou na década de 1960, seu
maior nome, o goleiro Valdir Appel, que fez
história no Vasco da Gama. Além de formador
de atletas, o Paysandú também tem no
currículo participações marcantes nos
campeonatos estaduais. Em 1956, foi
campeão da Liga Especial de Futebol
Pro ssional, ao vencer o América de Joinville
na nal por 2 a 1. Posteriormente, a Federação
Catarinense, que organizara outra
competição, decidiu uni car os títulos. O
alviverde, que já havia dispensado parte de
seu elenco, perdeu para o Operário de Joinville.
Já em 1986, a equipe venceu a segunda
divisão, após empatar as duas partidas
decisivas (0 a 0 e 2 a 2) com o Blumenau.
Naquela oportunidade, o gol de empate que
valeu o título foi marcado por Sidnei, que
relembrou o lance e a festa da torcida nas
arquibancadas. “Foi um gol muito bonito,
meio de voleio. Nunca vou esquecer. Dessa
vez, quando entrei no estádio, já passou um
lme na minha cabeça. É muito bom reviver
isso”, disse. Ambos os títulos foram
celebrados no jogo festivo por completarem
60 e 30 anos, respectivamente. A partida
acabou vencida pelos atletas master por 1 a 0.
COLABORAÇÃO de Juliana Eichwald
COLABORAÇÃO de Cristian Martins
Grandes nomes do Paysandu de Brusque atuaram no
amistoso que deu início às comemorações do centenário
O RETORNO DAS ‘GOLEIRAS’
Oito anos se passaram des-
de a campanha que mobilizou
a comunidade hamburguense
para a construção do novo
estádio, mas uma peça im-
portante estava faltando.
Agora, não mais. O Esporte
Clube Novo Hamburgo esco-
lheu uma data especial para
resgatar as ‘goleiras’ do an-
tigo Estádio Santa Rosa: 5 de
agosto, em referência ao títu-
lo de campeão do interior do
Gauchão, conquistado nesse
mesmo dia em 1972.
As traves têm mais de 60
anos. Nesse tempo, foram
alvo de alguns chutes do ‘anjo
das pernas tortas’ Garrincha,
em 1969; e serviram como
base para a superstição do pai do lateral direito Maicon (Copas de 2010
e 2014), que enterrou no estádio o cordão umbilical do atleta nascido em
Novo Hamburgo, em 1981.
O clube jogou no Santa Rosa até 2008, quando se mudou para a nova
casa, o Estádio do Vale. A última vitória de expressão no velho estádio
foi em 23 de fevereiro de 2005, quando venceu o Internacional por 2 a 1,
pelo Campeonato Gaúcho. O gol
da vitória foi marcado pelo meia
Preto, natural de Novo Hambur-
go. O atleta de 35 anos está no
plantel atual e lembra com deta-
lhes daquela noite: “Uma noite
única, histórica pra minha vida.
Estavam todos os meus fami-
liares no estádio. E foi o meu
primeiro gol com a camisa do
Novo Hamburgo”. Preto recorda
até qual a goleira em que fez o
gol. Esse último pedaço que so-
brou do antigo Santa Rosa, que
após oito anos retorna ao conví-
vio dos atletas do Clube, trouxe
à tona lembranças do jogador
hamburguense: “Há pouco tem-
po eu passei lá e vi tudo no chão.
Me emociona, pois ali eu vivi os
melhores momentos da minha vida. Hoje eu resido perto do Santa Rosa
e quase sempre eu passo na frente, e me vem à lembrança tudo aquilo
que foi vivido ali dentro. Tantas amizades, um carinho imenso. Ali eu
conquistei muitas coisas, dali eu saí para outros clubes, e ali eu me tor-
nei um grande jogador. Então falar desse estádio é muito grati cante.
O carinho, o respeito, o amor por esse estádio vai ser eterno”.
O Esporte Clube Novo
Hamburgo vai utilizar as
históricas traves no
novo campo
suplementar que está
sendo construído no
Estádio do Vale
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