Elle - Portugal (2019-03)

(Antfer) #1
ouchra Jarrar. Na altura esta foi apresentada aos media
omo sendo «uma designer talentosa e com visão. Uma
colha óbvia para a Lanvin». No entanto, aparentemen-
e, a mestria da designer não foi suficiente. As vendas
ão subiram, e apenas 16 meses e duas coleções de
ronto-a -vestir depois, ela decide abandonar a marca.
laro que nenhum tipo de explicação foi dada, e à imprensa
penas foi dito, através de um comunicado oficial, que
mbas as partes tinha acordado que seria melhor segui-
em direções opostas. Ainda assim, rumores começaram
bviamente a circular, e no centro deste problema – que
varam ao abandono do cargo – estava, claro, o nome da
ócia maioritária: Shaw-Lan Wang.
Regressamos então à estaca zero. Ou melhor, a Lanvin
regressa à estaca zero. Mas por pouco tempo. Apenas quatro
dias após a saída de Bouchra Jarrar a marca apresenta o seu
novo diretor criativo: Olivier Lapidus. Ainda que pouco
conhecido o designer conta no seu currículo a passagem
de um ano pela Balmain, onde chefiou a linha masculina
durante um ano, até ter optado por deixar a posição para
se juntar ao pai no comando da Maison Lapidus (que
fechou portas em 2000).
«O seu vasto conhecimento do universo desta Maison,
do mundo da moda e do design e a sua abordagem moderna
trará a Lanvin para novos caminhos», lia-se no comuni-
cado assinado pela Madame Wang enviado à imprensa.
No entanto, passados apenas oito meses, e com apenas
duas coleções desenhadas sobre a sua alçada – que apesar
de terem respeitado o ADN da marca ficaram aquém das
expectativas – o designer foi afastado da marca. A grande
diferença foi que desta vez a decisão não partiu de Madame
Wang, mas antes do grupo chinês Fosun, que em fevereiro
comprou grande parte das ações da empresa.

UMA NOVA ERA
Com a venda ao grupo Fonsun, a Maison francesa – que é
atualmente a mais antiga ainda em função sem qualquer
tipo de paragem – entra numa nova fase da sua vida. E
a primeira grande mudança, está claro, é a nomeação
de um novo diretor criativo: Bruno Sialelli. De acordo
com o comunicado emitido pela Lanvin, o motivo que
fez com que este se tornasse no grande líder da marca é
a sua «visão bastante singular e pessoal. A sua audácia.
A sua cultura. A sua energia a capacidade para criar uma
equipa criativa forte».
Claro que o futuro da Lanvin é incerto, pois não se sabe
como o mercado a receberá nesta nova fase, mas mesmo
assim – ao estilo dos filmes de detetives a preto e branco


  • damos por encerrado o caso. O desfecho pode não ser o
    desejado mas é «Elementar meu caro Watson». Q


criadas. Foi inclusivamente durante a sua passagem pela
marca francesa que foi desenhada uma coleção (de grande
sucesso comercial) em parceria com a H&M.
Infelizmente, tudo que é bom acaba rápido, e após 14 anos
à frente da Lanvin, o seu reinado chegou ao fim. Depois de
alegadamente terem começado a surgir várias divergências
sobre o futuro da marca, entre o diretor criativo e Madame
Wang, Elbaz foi sem qualquer tipo de cerimónias demitido
em outubro de 2015 – até porque quem paga manda.
É precisamente com esta mudança que o futuro da Lanvin
começa a ficar mais turvo do que as águas do rio Tejo após
uma descarga da Celtejo. Na altura, a notícia rebentou como
uma bomba na indústria moda. Ninguém (mas literalmente
ninguém) estava à espera de tal mudança. E é precisamente
aqui que a marca começa o seu processo de regressão, apro-
ximando-se daquilo que era o seu estado em 2001.
Cinco meses após a saída de Elbaz – e com um lavar
de roupa suja em público por parte dos empregados que
exigiam o regresso do designer à marca, e que processaram
os seus chefes – uma nova diretora criativa era anunciada:


1.I ne Lanvin,
1928.2.Ilustração de um vestido
de noiva de Jeanne Lanvin,
1926.3.Bruno Sialelli.

B
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LANVIN SS 18
LANVIN SS 16

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