Loud! - PT (2020-01)

(Antfer) #1

chrome», «Creon» ou «Ronde Sous La Clo-
che». Com este sabíamos que poderíamos
interagir com o autor e assim trazer uma
nova dinâmica para o processo de compo-
sição, algo que seria completamente novo
para nós, enquanto grupo.


Até que ponto chegou essa colaboração
com Carlson?
Ele envolveu-se bastante. Uma coincidência
estranha é também viver em Genebra, tal
como nós. Durante o processo de escrita,
tivemos a oportunidade de o encontrar e co-
nhecer. Pudemos falar do que íamos escre-
ver e como pretendíamos interpretar o livro
na passagem para a música. Explicámos
mesmo como poderiam encaixar algumas
partes narrativas em que ele iria ler trechos
do livro, ao longo do decorrer da própria mú-
sica. Também se encarregou de ajudar nas
letras, houve bastante colaboração e troca


de sugestões entre o Yonni [Chapatte, voca-
lista] e ele.

Quando se lê os títulos dos temas e se ten-
ta perceber a história, esta parece muito
inspirada em Lovecraft, o tipo de atmosfe-
ra que ele criaria.
«Muladona» é uma história de terror, com
um lado de sobrenatural, baseado numa
ERXMKE PIRHE XVEHMGMSREP 4SHIWI EƤVQEV
que parte da inspiração vem de Lovecraft,
mas acreditamos que há muito mais para lá
disso. Há partes nessa história que são ba-
seadas em factos reais e temas que fazem
parte da nossa vida.

Musicalmente é um dos vossos discos mais
rápidos, talvez mais negros e, certamente,
bastante agressivo. Porquê esta direcção,
qual o objectivo?
Cada faixa representa um dos contos que a

Muladona narra ao rapaz, em cada uma das
noites. Destinam-se a corromper e destruir
a alma dele. Em cada faixa tentamos recriar
a dinâmica e atmosfera de cada um desses
contos.

O vosso trabalho anterior era mais melan-
cólico, e neste sente-se mais raiva. Não há
aqui uma mudança?
Nós não mudámos. É uma história diferen-
te que estamos a narrar, logo a música é
diferente.

Mesmo quando optam por temas mais cur-
tos que o habitual, algo também diferente
no vosso historial enquanto grupo?
Mais uma vez, apenas o resultado deste tra-
balho. Talvez no próximo disco a abordagem
volte a passar por temas longos, se calhar
ainda mais curtos que neste, se calhar ape-
REWYQXIQEPSRKSGSQSƤ^IQSWRSTEWWE-
do com «Heliogabalus». Teremos de ver a ins-
piração que a próxima história nos irá trazer.

Cada um dos vossos discos acaba a apare-
cer numa editora diferente, porque não se
XIRXEQƤ\EVIQETIREWYQE#
Desde «Vilàgvège» que cada um dos nos-
sos álbuns se torna nova oportunidade de
trabalhar com selos que estão realmente
interessados na nossa música. Desta vez, a
Hummus Records fez-nos uma proposta que
nos deixou bastante confortáveis e com von-
tade de cooperar com eles. Não sei até onde
esta colaboração nos poderá levar, mas para
já estamos bastante contentes com toda a
promoção feita e também com a rede de dis-
tribuição que nos é oferecida.

Falas da promoção a este disco e 2020 vai
ver Rorcal no Roadburn, sempre um local

para obter uma boa exposição e projectar
um grupo. A data vai estar inserida em al-
guma digressão?
Será a primeira vez que iremos ao festival,
naquela que será a última data de uma di-
gressão europeia com datas na Alemanha,
República Checa e Áustria. Com este novo
disco estamos a planear duas digressões
do outro lado do Atlântico. Além de tudo
isso, queremos fazer mais concertos na
Europa. Na nossa mente está pensado um
regresso a Portugal, embora ainda sem
data marcada.

O último par de datas por cá, foi com os Im-
pure Wilhelmina, um colectivo com quem
partilharam elementos em palco e mesmo
em estúdio. Há novidades nesse campo?
Vão começar a gravar um novo trabalho logo
no início deste ano, por isso poderás esperar
notícias bastante em breve.

“«Muladona» é uma história de terror, com um lado de


sobrenatural, baseado numa antiga lenda tradicional.


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mas acreditamos que há muito mais para lá disso.”

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