Loud! - PT (2020-01)

(Antfer) #1

O


spadrinhosdohardcoreregressavama
Lisboa e a excitação era palpável, ainda
que no início não se tivesse ainda a per-
cepção completa do número de pessoas que es-
tavam presentes aquando do início da actuação
dos Shame On You Humans. A banda de Sintra
mistura elementos de metal com punk e tem tido
uma boa rodagem por palcos da região de Lisboa.
«Beast» e «Atheist» são dois bons exemplos do
seu poder e apesar da apatia em termos de mo-
vimentação por parte do público, podemos consi-
derar que foi uma recepção positiva. Já com mais
entusiasmo estiveram os Mordaça, que subiram
ao palco do RCA um dia depois de terem lançado

C


huva, acidentes, trânsito. Parece que tudo dificultava a vida de
quem queria ir ver os Brainstorm ao RCA mas isso não impediu
os fãs da banda de marcarem presença e de comporem uma
boa casa para a recepção. A noite começou com os “nossos” Glasya,
que demonstraram ser uma grande força do metal mais sinfónico, com
especial destaque para Eduarda Soeiro, que não só tem uma presença
forte como também tem uma enorme voz. Já os Sinheresy não nos
causaram o mesmo impacto. As vozes e guitarras lá ao fundo e a ba-
teria por cima de tudo, no fim o que ficou foi um metal com porme-
nores electrónicos cujo único ponto de destaque foi a simpatia dos
seus executantes. Todavia, tinham bastantes fãs entre o público que
ficaram satisfeitos, e no final de tudo é isso que interessa. Já com os
Brainstorm não houve qualquer dúvida ou falta de unanimidade, deram
um enorme concerto. Metal poderoso (com o som a condizer), clássi-
cos misturados com os temas mais recentes de «Midnight Ghost» e
um frontman experiente na delicada arte de trabalhar públicos. Andy B.
Frank não se cansou de dizer que estavam maravilhados com a estreia
da banda no nosso país – confidenciando que a maior parte deles já o
tinha visitado, mas na condição de turistas. O público também obrigou
a isso, cantando, saltando e vibrando com «The Pyre» e «Firesoul», em-
bora se tenha que destacar «Jeanne Boulet (1764)», do já mencionado
último álbum, como um momento belo e espontâneo marcante. Após
um encore desenrolando de forma pouco usual – entrada de Andy em
palco e a pedir, sem microfone, para o público chamar pelos restantes
colegas, aproveitando também para fazer as devidas apresentações,
tocaram duas canções mais mas poderiam ter tocado o dobro que nin-
guém se arrependaria. Tal como se disse anteriormente, magia. [F.F.]

o EP«TirosPerdidos».RepresentantesdoLVHC,
o entusiasmo mostrou-se logo desde o início
e não fraquejou ao longo do alinhamento. Seria
difícil isso acontecer com malhões como «Tiro
P’la Culatra» e «Sempre A Lutar». Uma das mais
importantes cenas portuguesas de hardcore abriu
o caminho para uma das mais importantes cenas
norte-americanas e para um dos seus maiores
representantes – Agnostic Front. A banda nova-
-iorquina entrou em palco e os ânimos ficaram
logo em alta. Roger Miret, o vocalista, começou a
cantar «Victim In Pain» (tema-título do álbum que
completou este ano 35 anos e que foi o mote para
esta digressão) e o que se viu foi o início de uma

BRAINSTORM


+ SINHERESY + GLASYA
19.11.20 – RCA Club, Lisboa

autêntica batalha campal.Nomelhordossenti-
dos. Se dinheiro ou energia fossem gerados por
cada stage dive, crowdsurf e circle pit, certamente
que os problemas económicos e energéticos a
nível global estavam resolvidos. Hinos atrás de hi-
nos, uma banda que tem décadas disto em cima e
um público que, como uma esponja, recebia toda
a energia que vinha do palco, ficaram reunidas as
condições para uma noite épica que poderia não
ter acontecido devido a Miret se encontrar doente
(consta que passou o dia no hotel para ver se re-
cuperava). Energia desta não se vê todos os dias


  • terá sido o que pensou tanto a banda como o
    público. Estavam as duas correctíssimas. [F.F.]


AGNOSTIC FRONT
FOTO: PEDRO ALMEIDA

BRAINSTORM
FOTO: SÓNIA FERREIRA

AGNOSTIC FRONT


+ MORDACA + SHAME ON YOU HUMANS
19.11.21 – RCA Club, Lisboa

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