Loud! - PT (2020-01)

(Antfer) #1

ANIFERNYEN


O


colectivo portuense é formado por Da-
niel Lucas, também dos Painted Black,
na voz, Luís Ferreira e Diogo Malheiro,
nas guitarras, Ricardo Vieira, dos Buried Alive
e Sadistic Overkill, no baixo, e Hugo Almeida
na bateria, ele que também é conhecido pelo
seu trabalho com os AntiVoid, InThyFlesh, Un-
fleshed e Sadistic Overkill, entre outros. Pas-
saram já onze anos desde que o EP de estreia
dos ANIFERNYEN, «The Pledge Of Chaos»
foi lançado, e temos agora finalmente o seu
sucessor, o primeiro longa-duração, «Augur».
“Houve de facto uma grande reestruturação
da banda para este novo álbum, da formação
inicial ficaram só as guitarras,” refere o Luís
Ferreira. “Como consequência, entre ambos
os trabalhos as diferenças acabam por ser
evidentes no que toca à voz e à componente
rítmica. Tentámos aproveitar em particular a
voz do Daniel, tendo em conta o registo que
pretendíamos. Apesar de tudo existe uma re-
lação entre os dois trabalhos, que se prende à
manutenção dos elementos responsáveis pela
composição. Por isso, quem ouviu o EP e ago-
ra o álbum, consegue encontrar pontos de con-
tacto,” explica. Como é natural, recrutar novos
elementos foi fundamental para o arranque
desta nova fase. Como afirma Luís, todos já
conheciam o Hugo há bastante tempo. “Achá-
mos que era a pessoa certa para esta nova eta-
pa,” diz. “O Ricardo era conhecido do Hugo de
outras bandas e foi-nos recomendado,” conti-
nua o guitarrista. “Foi-se criando uma relação

de amizade entre todos, e neste momento o
núcleo está coeso e pronto para o que vier.” O
regresso começou a esboçar-se em 2018. “Tí-
nhamos o plano bem definido,” refere o Daniel
Lucas, “A banda não esteve completamente
parada durante o hiato e sempre que possível
fomos aproveitando o tempo para melhor de-
finir todas as componentes do álbum, fosse a
ultimar detalhes de composição, a arranjar a
melhor forma de captar os instrumentos e voz,
ou a ponderar que caminho tomar em relação
ao artwork, entre outros detalhes.” Uma série
de concertos preparou o terreno para o lança-
mento do disco. “E também para mostrar que
não estávamos parados mas sim a trabalhar
em coisas novas,” prossegue o vocalista, con-
cluindo que “a recepção à ‘nova’ banda e às
novas músicas, não poderia ter sido melhor”.

Anifernyen é um nome retirado de textos
bretões que se referiam ao inferno como “An
Ifern Yen”. A tradução para uma linguagem
actual é “O Inferno Gelado”. «Tyrant» foi o
lyric vídeo promocional, também segunda
faixa de um trabalho cuja temática lírica se

desenvolve à volta dos últimos dias, estando
presente em dez dos onze temas do disco.
“De certa forma o título do álbum está relacio-
nado com o nome da banda,” refere Daniel,
não sem ressalvar que “o nome Anifernyen
está mais directamente ligado a um conceito
de Inferno gélido e desolador e não à habitual
ideia de um Inferno com lagos de chamas
e demónios a torturar almas, como é mais
habitualmente interpretado.” Segundo o vo-
calista, “o título do álbum acabou por surgir
de uma cogitação sobre o conjunto das suas
faixas. Apercebemo-nos que o tema trans-
versal incidia em imagens de devastação e
desolação, não só pelos textos, mas também
a própria música era evocativa desses cená-
rios.” Tudo conjugado levou a que o grupo
encontrasse no título «Augur» uma palavra
forte, que engloba a totalidade das ideias vi-
suais e sonoras do álbum. “Como conceito, o
álbum acaba na «Neverlight», tema que con-
clui a ideia que é o «Augur».” «Augur» é assim
um trabalho de estreia promissor, num movi-
mento que já foi forte no norte e que carecia
de títulos novos. [E.F.]

“O tema transversal do álbum


incidia em imagens de devastação


e desolação.”


É a estreia de um grupo que já não é novo, mas que


ganhou agora novo fôlego para criar um longa-duração.

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