13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

C A P Í T U L O 4


NÃO SE CONCENTRAM NAQUILO


QUE NÃO PODEM CONTROLAR


É impossível controlar todos os acontecimentos da sua vida, mas você pode escolher não se
reduzir a eles.


  • MAYA ANGELOU


James chegou ao meu consultório perturbado por causa da batalha judicial pela guarda
da filha de 7 anos. A disputa com a ex-mulher, Carmen, já durava mais de três anos. O juiz
concedera a guarda principal a Carmen, permitindo ao pai visitas nas quartas-feiras à noite e
nos fins de semana. James ficou indignado com essa decisão, pois tinha certeza de que, dos
dois, era quem cuidava melhor da filha. Estava convencido de que Carmen queria se vingar
dele e destruir sua relação com a garota. Recentemente ele tinha contado a Carmen que pla-
nejava uma excursão de observação de baleias com a filha. Quando a viagem estava próxima,
a menina lhe contou que a mãe já havia feito essa excursão com ela na semana anterior. Ja-
mes ficou furioso. Ele achava que Carmen sempre tentava ofuscá-lo ou ganhar a preferência
da filha ao fazer as maiores festas de aniversário, comprar os presentes de Natal mais caros e
levá-la para as férias mais divertidas. James não podia competir financeiramente com a ex-
mulher nem queria reproduzir sua falta de disciplina. Carmen permitia à menina ficar acordada
até tarde, brincar fora de casa sozinha e comer quantas porcarias quisesse. Ele tentou muitas
vezes conversar com a ex-mulher sobre suas preocupações, mas ela deixou claro não estar
interessada na opinião dele. James tinha certeza de que Carmen só queria que ele parecesse
o cara malvado aos olhos da filha.
Ele também não gostava do fato de a ex estar namorando de novo, porque se preocupa-
va com o tipo de homens aos quais sua filha seria exposta. Chegou até a mentir para Carmen
dizendo que vira seu namorado com outra mulher na esperança de que ela terminasse o rela-
cionamento. No entanto seu plano saiu pela culatra, quando ela ameaçou conseguir uma me-
dida cautelar contra ele caso não a deixasse em paz.
A princípio, James procurou terapia não porque quisesse ajuda para lidar com suas
emoções, mas porque estava à procura de um aliado legal. Queria que eu escrevesse uma
carta ao tribunal destacando as razões pelas quais ele deveria obter a guarda da filha. Quan-
do expliquei que não podia fazer isso, ele disse que, então, não achava que a terapia pudesse
ajudar. Mas, em vez de ir embora, continuou falando.
Quando perguntei como tinham sido as tentativas anteriores de mudar a opinião do juiz,
ele reconheceu que o juiz tinha sido bem claro que a guarda permaneceria como estava, quer
ele gostasse ou não. Também admitiu que não tinha conseguido convencer Carmen a fazer
quaisquer mudanças, apesar de todos os seus esforços. No fim da sessão, ele concordou em
vir a uma próxima.
Durante a sessão, discutimos como suas tentativas de controlar a situação afetavam sua
filha negativamente. Ele reconheceu que a raiva que sentia da ex-mulher interferia no relacio-
namento deles. Discutimos, então, algumas estratégias que poderiam ajudá-lo a reformular
alguns de seus esforços para melhorar a relação com a criança.

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