13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

I N T R O D U Ç Ã O


Quando eu tinha 23 anos, minha mãe morreu subitamente de aneurisma cerebral. Ela
sempre fora uma mulher saudável e batalhadora, que amara a vida até seu último minuto na
Terra. Na verdade, eu a vi na noite anterior. Fomos assistir a um torneio de basquete. Ela riu e
se divertiu, como sempre. Mas 24 horas depois, partiu. A morte de minha mãe me afetou pro-
fundamente. Não conseguia imaginar viver o resto da vida sem seus conselhos, suas risadas e
seu amor.
Na época, eu trabalhava como terapeuta em um centro comunitário de saúde mental e ti-
rei algumas semanas de licença para processar minha dor. Sabia que não conseguiria ajudar
outras pessoas se não fosse capaz de lidar com meus próprios sentimentos de forma produti-
va. Acostumar-me a uma vida sem a presença de minha mãe não seria fácil. Precisei me esfor-
çar muito para dar a volta por cima. Eu havia estudado psicologia e sabia que não é verdade
que o tempo cura tudo – o modo como lidamos com os problemas é que determina a velocida-
de com que nos curamos. Entendi que o luto era um processo necessário que mais cedo ou
mais tarde aliviaria minha dor e, assim, me permiti ficar triste, com raiva e aceitar por completo
o que de fato eu tinha perdido quando minha mãe se foi. Não é que eu apenas sentisse sauda-
de dela. Também percebia com tristeza que minha mãe nunca mais estaria presente nos acon-
tecimentos importantes da minha vida e que nunca experimentaria algumas coisas com as
quais ela tinha sonhado – como se aposentar e ter um neto. Com o apoio dos amigos e da fa-
mília e minha fé em Deus, pude encontrar um pouco de paz. E, à medida que a vida seguiu em
frente, consegui passar a pensar em minha mãe com um sorriso, e não com pontadas de triste-
za.
Tempos depois, na semana do terceiro aniversário da morte de minha mãe, eu e meu ma-
rido, Lincoln, discutimos qual seria a melhor maneira de honrar sua memória. Alguns amigos
tinham nos convidado para assistir a uma partida de basquete no sábado à noite. Por coinci-
dência, seria no mesmo local onde havíamos visto minha mãe pela última vez. Lincoln e eu
conversamos sobre como seria voltar lá três anos depois.
Decidimos que seria um modo maravilhoso de celebrar sua vida. Afinal de contas, minhas
lembranças daquela noite eram muito boas. Rimos e tivemos a oportunidade de falar sobre to-
do tipo de coisas. Foi uma grande noite. Minha mãe até havia previsto que minha irmã se casa-
ria com o namorado – algo que se confirmou poucos anos depois.
Então Lincoln e eu fomos ao jogo e nos divertimos na companhia de nossos amigos. Sa-
bíamos que teria sido o desejo de minha mãe. Foi ótimo voltar lá e me sentir em paz. Mas no
momento em que suspirava aliviada pensando que finalmente havia conseguido lidar com a
morte dela, toda a minha vida virou de cabeça para baixo outra vez.
Quando voltamos para casa, Lincoln se queixou de dor nas costas. Ele quebrara diversas
vértebras em um acidente de carro poucos anos antes, portanto, essas dores já haviam se tor-
nado habituais. Só que, dessa vez, ele desmaiou. Chamei os paramédicos, que chegaram em
poucos minutos e o levaram para o hospital. Liguei para a minha sogra e a família dele me en-
controu na sala de espera do pronto-socorro. Eu não fazia ideia do que poderia haver de erra-
do com ele.
Depois de alguns minutos, fomos chamados a uma sala privativa. Antes que o médico
dissesse uma única palavra, eu já sabia o que ele ia falar. Lincoln havia falecido. Ele tivera um
ataque do coração.
No mesmo fim de semana que honráramos o terceiro aniversário da morte de minha mãe,
eu ficara viúva. Aquilo não fazia sentido. Lincoln tinha apenas 26 anos e nenhum histórico de

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