quando estão com cintos de segurança. Companhias de seguro descobriram que o au-
mento de dispositivos de segurança em carros na verdade tem uma correlação com ta-
xas maiores de acidentes.
- Não reconhecemos a diferença entre habilidade e acaso. Os cassinos descobri-
ram que, quando as pessoas jogam dados, costumam rolá-los de modo diferente depen-
dendo do número de que precisam para ganhar. Quando querem tirar um número alto,
jogam os dados com força. Quando querem um número baixo, jogam-nos com suavida-
de. É um jogo de sorte, mas as pessoas se comportam como se envolvesse algum tipo
de habilidade. - Somos influenciados por nossas superstições. Seja um empresário que usa suas
meias da sorte ou alguém que lê o horóscopo antes de sair de casa, as superstições têm
um impacto sobre nossa predisposição a assumir riscos. Em média, 10 mil pessoas a
menos voam nas sextas-feiras 13 e gatos pretos têm menor probabilidade de adoção em
um abrigo nessa data. Pesquisadores mostraram que a maioria das pessoas acha que
cruzar os dedos aumenta sua sorte, mas isso na verdade não faz nada para mitigar ris-
cos. - Nós nos iludimos facilmente quando a recompensa em potencial é grande. Mesmo
quando as chances estão contra, você provavelmente vai superestimar suas chances de
sucesso, como na loteria, por exemplo. - A familiaridade nos deixa mais confortáveis. Quanto mais assumimos riscos, mais
tendemos a calcular mal quão grande é o risco que estamos realmente correndo. Se vo-
cê assumir o mesmo risco repetidas vezes, vai deixar de percebê-lo como tal. Se dirigir
rápido para o trabalho todo dia, vai subestimar muito o perigo em que se coloca. - Colocamos muita fé na capacidade das pessoas de perceber os riscos de forma
precisa. Emoções podem ser contagiosas. Se você está em uma multidão que não reage
ao cheiro de fumaça, é provável que não tenha muita noção do perigo. E, por outro lado,
é muito mais provável que reaja se outros começarem a entrar em pânico. - Nossa forma de perceber os riscos pode ser influenciada pela mídia. Se vive as-
sistindo a noticiários que falam sobre doenças raras, você tem uma probabilidade maior
de achar que suas chances de contrair uma doença assim são maiores, ainda que todas
as notícias mencionem incidentes isolados. Da mesma forma, matérias sobre desastres
naturais ou acontecimentos trágicos podem influenciar você a exagerar o risco de se en-
volver em uma catástrofe.
MINIMIZE RISCOS, MAXIMIZE SUCESSO
Todos os anos, na cerimônia de formatura em meu colégio, esperava-se que o orador da
turma fizesse um discurso. Quando, na metade do meu último ano, descobri que essa pessoa
seria eu, meu medo de fazer o discurso foi maior do que o contentamento por ter a média
mais alta da turma. Eu era incrivelmente tímida, a ponto de às vezes não falar nada em aula,
apesar de conhecer meus colegas desde o jardim de infância. A ideia de ficar de pé em um
púlpito e discursar para um auditório lotado era o bastante para fazer meus joelhos tremerem.
Quando fui tentar escrever meu discurso, não consegui colocar as palavras no papel. Es-
tava perturbada pela ideia de ter que dizê-las diante de uma multidão. Mas sabia que precisa-
va fazer alguma coisa porque o tempo estava passando.
Conselhos comuns como “imagine o público em roupas de baixo” ou “pratique lendo o
discurso na frente do espelho” não eram suficientes para acalmar meus nervos. Eu estava
aterrorizada.