Então dediquei um tempo a descobrir qual era meu maior medo em relação a falar em
público. Na verdade, eu temia a rejeição. Ficava imaginando que, quando terminasse o dis-
curso, o público permaneceria em completo silêncio, porque qualquer coisa que eu tivesse
acabado de balbuciar era totalmente inaudível ou tão horrível que ninguém bateria palmas.
Assim, para mitigar o risco, conversei com meus melhores amigos e eles me ajudaram a criar
um plano brilhante.
O plano reduziu meu risco e meu nervosismo o bastante para eu conseguir escrever o
discurso. Poucas semanas depois, no dia da formatura, eu estava muito nervosa no púlpito.
Minha voz falhava o tempo todo, enquanto eu oferecia seja lá que conselhos alguém de 18
anos podia dar aos seus colegas. Mas consegui concluir. E, quando acabou, meus amigos co-
locaram nosso plano em prática. Juntos, eles ficaram de pé e aplaudiram como se tivessem
acabado de assistir ao melhor show de rock do mundo. E o que acontece quando umas pou-
cas pessoas se levantam para aplaudir? Outros as acompanham. Fui ovacionada pelo público.
Mereci? Talvez sim, talvez não. Até hoje, essa parte não me importa. A questão é que
descobri como me livrar de meu maior medo – de que ninguém aplaudisse – e consegui ter-
minar o discurso.
O grau de risco que cada pessoa experimenta em uma dada situação é único. Falar em
público é um risco para algumas pessoas, mas para outras não. Faça a si mesmo as seguin-
tes perguntas para calcular seu grau de risco:
- Quais são os custos potenciais? Às vezes o custo de assumir um risco é palpá-
vel, como o dinheiro que você pode gastar em um investimento, por exemplo. Mas, ou-
tras vezes, há custos impalpáveis associados ao risco, como o de ser rejeitado. - Quais são os benefícios potenciais? Considere o possível resultado positivo de
assumir um risco. Pense no que aconteceria se tudo desse certo. Você teria ganhos fi-
nanceiros? Melhores relacionamentos? Uma saúde melhor? É importante que a recom-
pensa seja grande o bastante para ultrapassar os custos potenciais. - Como isso vai me ajudar a alcançar minha meta? É importante examinar seus
principais objetivos e analisar qual é o papel do risco ao tentar alcançá-los. Se, por
exemplo, você espera ganhar mais dinheiro, leve em consideração esse aspecto ao ava-
liar os riscos de abrir o próprio negócio. - Quais são as alternativas? Às vezes encaramos os riscos como se tivéssemos
apenas duas escolhas – assumi-los ou desistir por completo. Mas podem existir muitas
oportunidades diferentes que podem ajudá-lo a alcançar suas metas. É importante reco-
nhecer essas alternativas para que você possa tomar uma decisão bem informada. - Quão bom seria se o resultado fosse o melhor possível? Passe algum tempo pen-
sando sobre a recompensa de assumir um risco e qual impacto isso teria em sua vida.
Tente desenvolver expectativas realistas sobre como o melhor resultado possível o bene-
ficiaria. - Qual é a pior coisa que poderia acontecer e como eu poderia diminuir o risco de
que isso ocorra? Também é importante examinar o pior desfecho possível e então pen-
sar nas providências que você pode tomar para minimizar o risco de isso acontecer. Se,
por exemplo, você estiver considerando investir em um negócio, como poderia aumentar
suas chances de sucesso? - Quão ruim seria se o pior desfecho possível se tornasse realidade? Assim como
hospitais, cidades e governos têm planos para lidar com desastres, é útil que você crie o
seu. Planeje como você reagiria diante do pior resultado possível. - Esta decisão vai ser importante daqui a cinco anos? Para manter as coisas em
perspectiva, pergunte-se qual será o impacto desse risco em sua vida. Se for um risco