13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

futuro juntos. Embora eu pensasse que nunca iria casar de novo, com Steve essa parecia ser a
coisa certa a fazer
Não queria um casamento formal ou uma recepção que lembrasse o que havia tido com
Lincoln. Embora soubesse que meus convidados ficariam encantados por eu me casar de no-
vo, também sabia que isto traria pontadas de dor para as pessoas quando elas se lembrassem
de Lincoln. Não queria que o dia do meu casamento fosse uma ocasião sombria, então Steve e
eu decidimos fugir dos padrões. Viajamos para Las Vegas e foi uma ocasião bastante afortu-
nada, concentrada em nosso amor e em nossa felicidade.
Quase um ano depois de nos casarmos, resolvemos vender a casa na qual Lincoln e eu
tínhamos morado e nos mudamos para um lugar a algumas horas de distância. Ficaríamos
mais perto de minha irmã e minhas sobrinhas e teríamos a oportunidade de recomeçar. Arru-
mei emprego em um movimentado consultório médico e estávamos ansiosos para desfrutar
nosso futuro juntos. Quando a vida parecia correr muito bem, nossa estrada para a felicidade
fez outra estranha curva ao descobrirmos que o pai de Steve estava com câncer.
De início, os médicos previram que seu tratamento manteria a doença sob controle por
muito tempo. Mas apenas alguns meses depois, ficou claro que ele não sobreviveria sequer por
um ano. Haviam tentado várias terapias alternativas, mas nada funcionava. Com o passar do
tempo, os médicos ficaram cada vez mais perplexos com sua falta de resposta ao tratamento.
Depois de cerca de sete meses, as opções tinham se esgotado.
A notícia me atingiu como um soco no estômago. Rob era tão cheio de vida. Era o tipo de
sujeito que sempre tirava uma moeda de trás da orelha de uma criança e contava algumas das
histórias mais engraçadas que já ouvi. Nós nos víamos com frequência, porque, apesar de ele
morar em Minnesota e nós no Maine, era aposentado e tinha a disponibilidade de ficar conosco
por várias semanas. Eu sempre brincava que ele era meu hóspede favorito – porque basica-
mente era o único.
Rob era também um dos maiores fãs das coisas que eu escrevia. Lia tudo, fosse um arti-
go sobre educação dos filhos ou psicologia. Ele sempre me ligava dando ideias para histórias e
sugestões.
Embora tivesse 72 anos, parecia jovem demais para estar doente. Até os 71, cruzava o
país de motocicleta, velejava pelo lago Superior e viajava pelo interior em seu conversível com
a capota arriada. Mas agora estava muito debilitado e – os médicos deixaram claro – ficaria
ainda pior.
Dessa vez tive uma experiência diferente com a morte. Minha mãe e Lincoln morreram de
forma inesperada e súbita. Mas agora eu tivera um alerta. Sabia o que vinha pela frente, e isso
me enchia de pavor.
Vi-me pensando: aqui vamos nós de novo. Não queria passar por uma perda tão terrível
outra vez. Não parecia certo. Eu conheço muitas pessoas da minha idade que nunca perderam
ninguém. Por que eu tinha que perder tantos entes queridos? Sentei-me na mesa pensando
como isso era injusto, como seria difícil e quanto queria que as coisas fossem diferentes.
Mas eu também sabia que não podia chegar ao fundo do poço. No final das contas, tinha
passado por tudo aquilo antes e sabia que ficaria bem novamente. Não me traria benefício al-
gum cair na armadilha de pensar que minha situação era pior que a de qualquer outra pessoa
ou me convencer de que não podia dar conta de mais uma perda. Isso apenas me impediria de
lidar com a situação.
Foi nesse momento que comecei a escrever minha lista das “13 coisas que as pessoas
mentalmente fortes não fazem”. Eram os hábitos contra os quais eu havia lutado tanto durante
meu processo de luto. Eram as atitudes que me impediriam de melhorar se eu permitisse que
se apoderassem de mim.

Free download pdf