amigo.
Mas, em que termos foi feito esse protesto?
Visando a melhor entendê-lo, transcreverei a seguir o diálogo telefônico com o ministro Azeredo
da Silveira, sem modificar o seu sentido original, enquanto literalmente possam ser diferentes alguns
vocábulos.
Ei-lo:
AS - Ministro Frota, o embaixador norte-americano acaba de dirigir-me um documento sobre aquele
missionário, preso em Recife pelo Exército. O presidente manda dizer ao senhor para, se for
possível, atender.
SF - Mas... de que trata esse documento...
AS - Ele faz quatro exigências!
SF - Quais são elas?
AS - Exige quatro medidas:
1 - Que o preso não seja torturado.
2 - Que seja visitado todos os dias pelo representante diplomático credenciado pelos Estados
Unidos em Recife.
3 - Que seja submetido a um exame de corpo delito, realizado por médicos norte-americanos.
4 - Que sejam responsabilizados os oficiais que o prenderam.
SF - E... o senhor aceitou este oficio, ministro? Devolva-o a esse americano; isto é um desaforo!
AS -Vou fazer um documento ao governo dos Estados Unidos, protestando e reagindo contra esta
atitude do embaixador... Quanto à visita ao preso, pelo Convênio (ou Acordo) de Viena, ele pode ser
visitado diariamente. 0 que o senhor acha?
SF - Ministro, quanto à primeira exigência eu já tenho posição definida, há muitos anos, sobre o
assunto: ninguém toca em preso sob minha responsabilidade; caso o faça e eu saiba, será punido
severamente.
Em relação à visita, embora esse Acordo, a que o senhor faz referência, seja atinente a
diplomatas, é de todo interesse para o Exército que o homem receba visitas diárias.
Entretanto, no que concerne às duas últimas exigências, recuso-me a examinálas. Estas