urbana e rural.
As Forças Armadas, então, por imposições de sobrevivência do regime, tomaram a si o combate
direto à subversão, sob qualquer modalidade que se apresentasse.
Os subversivos no Brasil atuaram sob influxo de várias facções, ramificações ou dissidências
dos dois principais troncos marxistas: o russo e o chinês.
A linha chinesa, voltada para a violência, procurou atuar mais na zona rural, influenciada pelas
analogias que muitos ressaltam existirem entre o nosso país e a China, onde a revolução comunista
partiu do campo. A guerrilha rural é de sua inspiração e tivemo-la das mais sérias em Xambioá-
Marabá e de forma incipiente em Caparaó. Não chegaram os marxistas a deflagrá-las, porém, em
outras áreas, que sabíamos escolhidas, em virtude principalmente da permanente vigilância militar.
O marxismo russo, no entanto, com mais de um século de experiência, em face das reações
burguesas e da hostilidade da Igreja, preferiu abandonar, na maioria dos países, o caminho direto -
da luta armada - para a tomada do poder. Seguiu por longas e sinuosas veredas, dissimuladas por
hábil e insistente propaganda, para envolver e destruir a democracia. As verdadeiras razões desta
opção - por complexas e transcendentes - não cabem nesta rápida referência.
A linha russa mudou, assim, os seus métodos, aperfeiçoando-os e adaptando-os às condições
regionais e aos níveis de desenvolvimento dos povos que pretendem dominar.
Em 1935, tivemos aqui, no Brasil, o emprego da violência e da força armada - dentro da
orientação ortodoxa - sem obtenção de êxito. No período do governo João Goulart os marxistas
russos aplicavam os ensinamentos da intervenção gradual e seus resultados foram tão promissores
que Luís Carlos Prestes, em entrevista concedida à Manchete, em 26 de junho de 1963, extravasou
euforia dizendo que, embora já possuíssem o poder, os comunistas ainda não estavam instalados no
governo.
A orientação geral naquela época era russa, conquanto tivessem surgido algumas ameaças de
violência como as das Ligas Camponesas e dos Grupos dos Onze.
A Revolução, entretanto, frustrou-os nesses intuitos.
Depois de 1964, o método da intervenção gradual vem sendo aperfeiçoado, e hoje os marxistas
consideram os governos de forma representativa os mais favoráveis ou fáceis à infiltração
ideológica, que definem como a colocação de ativistas nos pontos-chave da administração, visando
ao controle dos diferentes setores. É trabalho sem pressa, insidioso, que não deve ser percebido. O
sigilo das atividades deve ser mantido até o cumprimento da missão.
O fracasso de 1964 abalou os comunistas; surgiram divergências quanto à condução dos
acontecimentos. Prestes foi acusado, por uns, de precipitado no avaliar dos fatos, de se ter