seqüestro do cônsul japonês aterrorizaram a população da capital paulista, que se sentiu insegura.
Confirmando este estado de nervosismo geral, o Comando do II Exército era procurado,
diariamente, por industriais e pessoas da mais alta categoria social, que lançavam insistentes apelos
para que o Exército interviesse na situação, proporcionando, deste modo, segurança e tranqüilidade
ao laborioso povo paulistano. O comandante daquele Exército chegou a receber, em média, naqueles
dias de extrema preocupação, 40 visitas semanais com esse objetivo.
Impunha-se uma providência urgente para extinguir, de vez, a subversão, combatendo-a com
todos os meios disponíveis e possíveis. O esforço desta ofensiva deveria ser feito, de imediato,
sobre os terroristas.
Não havia, contudo, a mínima coordenação nas atividades de repressão. Cada organização agia
por orientação própria e só eventualmente estabelecia ligações com as demais - encarregadas da
mesma missão - tentando ser auto-suficiente e independente. A dispersão de esforços era a tônica e o
intercâmbio de informações uma ilusão.
O Comandante do II Exército, como responsável legal pela segurança da área de sua jurisdição,
decidiu enfeixar, em suas mãos, todos os elementos destinados à segurança, que deveriam atuar sob
diretrizes suas. Fez elaborar, com esta finalidade, pela 21 Seção do II Exército, minucioso
planejamento, do qual nasceu, consoante já se disse, a Operação Bandeirante (Oban), como ficou
conhecida.
Esta operação previa o emprego, na busca de informações, na luta armada e no posterior
interrogatório de presos, de turmas mistas, constituídas de elementos das diferentes organizações,
encarregadas de combater a subversão.
A estruturação da Oban e o seu funcionamento encontraram, de início, algumas dificuldades e
despertaram suscetibilidades que ameaçavam entravá-la e dissolvê-la. Não fosse a energia do
general Canavarro, Comandante do II Exército, todo o trabalho se esboroaria. Felizmente
predominou o bom senso, a Operação Bandeirante se consolidou e passou a atuar.
Dali partiam as equipes que, com ajuda de elementos da Polícia Civil, procediam às
investigações e efetuavam prisões de subversivos dos vários grupos atuantes. Foi um período de
ansiedade e dificil que, se por um lado trouxe a tranqüilidade à população e consolidou o sistema
revolucionário, por outro desfigurou a missão profissional do militar. Todavia, estou convencido de
que, em face da precariedade da estrutura policial civil, considerados os recursos e a orientação que
os marxistas recebiam do exterior, se esta decisão não tivesse sido tomada o país seria,
inevitavelmente, convulsionado.
Levantada a existência de um "aparelho" - denominação dada aos locais onde os subversivos
reuniam-se ou guardavam armas, documentos etc. - era necessário devassá-lo e o conhecimento de
uma reunião obrigava a impedi-la, dissolvê-la e aprisionar seus promotores, conforme as