IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

do poder em outras nações, entre elas o Brasil. Patrocinando diversas organizações clandestinas
(ERP, Farc, Sendero Luminoso, Tupamaros etc.), espalhadas por toda a região, levaram a luta
armada à maioria de seus países e chegaram ao poder no Chile, com Salvador Allende, em 1970, e
na Nicarágua, com os sandinistas, em 1979. As guerrilhas na Bolívia, no Peru, na Colômbia, na
Guatemala e em El Salvador são sangrentos exemplos de suas atividades naquele período.


No Brasil, frustrados em suas pretensões pelo Movimento Militar de 31 de março de 1964,
várias facções marxistas também recorreram à luta armada, a partir de 1968, utilizando métodos de
guerrilha urbana e rural ou de terrorismo, apoiadas do exterior pelo Movimento Comunista
Internacional. Suas ações, no entanto, foram contidas pelo sistema de repressão montado pelas
Forças Armadas. Concomitantemente, outros militantes marxistas, menos belicosos, efetuaram bem-
sucedida infiltração na mídia e em outros setores formadores de opinião, desenvolvendo intensa
campanha, no país e no exterior, com o objetivo de forçar o fim da intervenção militar e criar
condições para seu retorno ao poder. Foi essa linha de conduta que, com a derrota dos partidários da
luta armada, passou a predominar nos últimos anos da década de 1970 em diante.


Naquela época - a era Brejnev, da aparente supremacia militar da poderosa União Soviética -
era impossível prever-se, no Brasil, o próximo desmoronamento daquela superpotência e a
conseqüente transformação do panorama internacional, que ocorreria no início da década de 1990,
produzindo o colapso de quase todos os movimentos comunistas no mundo.


Foi nesse cenário, acima resumidamente descrito, que se passaram os principais eventos
relatados nesta obra, envolvendo a participação de meu pai.


Pouco depois do seu afastamento do cargo de Ministro do Exército, passou ele a selecionar
documentos, noticiários, anotações e outros subsídios para este livro, que escreveu entre meados de
1978 e de 1980. Nos dois anos que se seguiram, reviu-o e lhe introduziu diversas alterações. Depois
disso, raramente voltou a manipulá-lo, colocando-o numa gaveta de sua escrivaninha, onde
permaneceu até depois de sua morte. Convém, por isso, alertar o leitor para o fato de que, quando ele
utiliza o vocábulo "hoje'; está se referindo àqueles anos em que redigiu o texto que a seguir se inicia.


Escreveu-o como um depoimento para a história, de modo a legar aos historiadores do futuro sua
contribuição à restauração da verdade sobre os importantes acontecimentos por ele vividos e aqui
relatados. Fê-lo de maneira completa e franca, expondo claramente suas razões e idéias, sem outras
preocupações ou compromissos que não com a veracidade dos fatos.


Isso se fazia necessário já que a versão deturpada daqueles eventos, divulgada pelos homens do
palácio do Planalto e encampada de bom grado pelas esquerdas, dominadoras da maior parte da
mídia, ganhava cada vez mais espaço nos periódicos e outros meios de comunicação, disseminando
uma grande mentira para a população em geral, naturalmente ignorante da realidade dos fatos, e
proporcionando elementos falsos e tendenciosos aos atuais historiadores. A torpe versão dos fatos -
ainda hoje propalada - serviu àqueles homens para explicarem seus ignóbeis atos, aos marxistas para
denegrirem quem com tanta eficiência os combateu e aos generais participantes da "farsa de outubro"

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