mesmo objetivo do de São Paulo.
Nos meados de 1975, confirma-se a infiltração comunista na Polícia Militar de São Paulo; entre
os acusados estava o sargento daquela corporação Zaquen Alves de Oliveira, subversivo que
prestava serviços no DOI/CODI do II Exército. Infiltrado naquele órgão de segurança, trabalhava
dentro da orientação do PCB e deve ter proporcionado aos comunistas excelentes informações e
criado dificuldades e problemas ao sucesso de muitas diligências - espontaneamente ou em
obediência a ordens do PCB - sem que as autoridades militares o percebessem.
Convém acentuar que, a rigor, não se pode atribuir às deficiências de estruturas dos órgãos de
segurança e das organizações em geral a infiltração de elementos comunistas. Ela é fruto de uma
inteligente, pertinaz e maliciosa obstinação marxista de invadir e espionar o ambiente democrático,
pelas fissuras que a própria mentalidade liberal permite existirem. O infiltrado é o bifronte que se
transfigura, conforme as conveniências do Movimento Comunista Internacional, de canalha em
homem austero ou reciprocamente. É o mais perigoso dos adversários, porque se dissimula na
sombra. O método de intervenção gradual, hoje experimentado no Brasil com apreciáveis êxitos,
baseia-se na infiltração.
O sargento Alves de Oliveira foi um infiltrado, Carlos Lamarca outro e... quantos existem ainda
por desmascarar?
A luta contra a subversão continuava em vários setores; a guerrilha rural tinha se manifestado
com a maior agressividade em Xambioá-Araguaia e o terrorismo continuava atuando com relativa
intensidade. Dados colhidos em boas fontes asseguravam que, ao terminar o ano de 1975, os
terroristas já tinham eliminado mais de uma centena de elementos encarregados da repressão e ferido
perto de 400 em todo o Brasil.
O general D'Ávila Mello já encontrara a área de seu comando em estado de latente turbulência,
com atos de subversão espoucando a todo momento. Esta situação não melhorara, visto que os meios
de comunicação, influenciados pelos marxistas neles infiltrados, intensificaram a propaganda contra
os órgãos de segurança, na esperança, tantas vezes aqui mencionada, de paralisá-los até extingui-los.
A eles veio juntar-se a alcunhada esquerda clerical, que intenta, por estrabismo ideológico, adaptar
as virtudes cristãs às normas básicas do materialismo dialético, diligenciando provar a verdade pelo
absurdo.
O quadro político não era, também, muito favorável ao general D'Ávila Mello. O presidente
Geisel tinha seus planos sobre São Paulo e para concretizá-los impunha-se estivesse o Comandante
do II Exército enfronhado dos mesmos e, mais do que isso, os apoiasse. Entretanto, o governador
Paulo Egídio Martins não se ajustava bem ao general D'Ávila Mello, cuja atuação anti-subversiva
não encontrava barreiras, atravessando-as, ainda que situadas nos setores administrativos estaduais.
Em certa parte deste livro já me referi a uma audiência com o presidente Geisel, em que este dissera-
me não estar muito bem, em São Paulo, o general D'Ávila Mello, que se desentendia, constantemente,
com o governador do estado. Nesse caso, continuou, não iria contra Paulo Egídio - governador de um