IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

santos, covardes em heróis, oportunistas em idealistas e homens corrompidos em austeros cidadãos.


Cabe, por conseguinte, ao historiador catar, na balbúrdia emocional contemporânea, a verdade
dos fatos e submetê-la ao juízo dos pósteros.


Mas o que é a VERDADE?

É esta a indagação que desafia a humanidade desde que Pôncio Pilatos, o governador romano da
Judéia, lançou-a no julgamento de Jesus Cristo.


O famoso filósofo Will Durant, num de seus livros, ao abordar esta pergunta escreve: "Também
Anatole France considerava essa interrogação a mais profunda que ainda se formulou na terra. Na
realidade, todas as demais questões dependem dela.""


Nesse entrechoque de versões capciosas com corretas descrições, muitas vezes encontrá-la é
tarefa afanosa.


Os acontecimentos de São Paulo, para muitos, ainda a têm embuçada, na revoltante insinuação de
que as autoridades militares estão a escondê-la.


As instituições como o Exército estão acima dos homens e nunca poderão ser atingidas e
maculadas por atos condenáveis que estes pratiquem. Nenhum chefe militar emprestaria seu prestígio
ou daria a cobertura de sua autoridade a delinqüentes, visto que estes devem ser extirpados da
instituição, rejeitados pela dignidade e honra militares.


Na vida de uma Nação o Exército é eterno e alicerça sua existência na perene devoção à Pátria;
entretanto, os homens que o servem são apenas transitórios. Quando estes, à sombra da magnitude da
sua missão, percorrem caminhos traçados pela ambição e pelo ódio, devem ser arrancados da
instituição, por perniciosos, e lançados à execração.


Servir ao Exército é sacerdócio e, por vir perdendo força este pensamento, num mundo de
mercenarismo materialista, muitos já se atormentam com a idéia do regresso à época das guardas dos
imperadores romanos.


Esforcei-me por descrever as ocorrências de São Paulo focalizando os diversos aspectos a elas
relacionados, para dissipar a teimosia dos incrédulos - mais difamadores do que propriamente
incrédulos - na aceitação da realidade.


Esta foi a narrativa fiel dos fatos de que tomei conhecimento. Não me furto, portanto, a tirar
deles as minhas conclusões, talvez muito incisivas, porém sinceras. Elas deixam a nu a personalidade
e o caráter de muitos dos participantes daqueles lamentáveis eventos.


Que posso fazer se foram eles que se despiram no palco da História?
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