Exército adestra-se para a guerra na instrução de seus quadros e tropa, e afere esta
preparação através de exercícios de combate, que coroam fins de fases ou períodos de trabalho. As
verificações, sistemáticas e obrigatórias nessas épocas ou inopinadas por decisões dos comandos em
outras, permitem aquilatar a eficiência operacional das unidades militares.
Em princípio, reserva-se a denominação de exercício às ações de combate mais simples,
desenvolvidas, em geral, no âmbito da própria Arma. As manobras são exercícios de maior
envergadura, realizados pelas Armas em conjunto. As grandes manobras do Exército contam, não
raro, com a cooperação das demais Forças.
Todo ano, de acordo com plano estabelecido pelo Estado-Maior do Exército, um dos nossos
Exércitos prepara e realiza uma manobra à qual comparecem o ministro, o Chefe do Estado-Maior do
Exército e, quando é possível, o Presidente da República. A partir da crise do petróleo, as amplitude
e intensidade desses exercícios foram reduzidas, tendo sido, com isso, prejudicadas as manobras de
escalão Exército.
O Estado-Maior do Exército não marcara, em 1976, nenhum exercício daquela espécie para o 1
Exército; no entanto, seu comandante decidira realizar, em Campos, manobras para sua grande
unidade. Nada havia a dizer, caso o exercício se mantivesse restrito ao seu Exército, entretanto, o
general-de-exército Reynaldo Mello de Almeida resolvera dar certo destaque ao acontecimento
militar. Justificava-se sua atitude pela circunstância de sua nomeação para o Superior Tribunal
Militar e ser, portanto, aquela a sua última oportunidade de comandar uma tropa em manobras.
A retumbância que se fez sobre uma atividade castrense normal, permitida ou não por aquele
general, foi desagradável e tinha aroma de autopromoção. Os jornais, aludindo ao exercício,
anunciavam ter sido o Presidente da República convidado e que estaria presente, acompanhado de
outras autoridades.
É preciso esclarecer, aos que desconhecem o rigor dos regulamentos militares, que tal convite só
poderia ser feito, sem burla da hierarquia, pelo Ministro do Exército. Como eu não havia tomado
nenhuma iniciativa neste sentido, as notícias, do ponto de vista oficial, eram inverídicas.
Houve mesmo quem, influenciado pela insistência do noticiário, perguntasse se eu já tinha falado
ao presidente sobre o seu comparecimento a Campos.
Resolvi, então, durante um despacho presidencial, tratar do assunto e perguntei ao general