Geisel, referindo os fatos, se ele recebera convite para ir a Campos ou se pretendia ir àquela cidade.
Respondeu-me o presidente que sabia das próximas manobras do 1 Exército, apenas por informações
de imprensa, mas se eu o convidasse ele iria, com prazer, porque desejava prestigiar o general
Reynaldo. Declarei-lhe não ter pensado em convidá-lo, por julgar que exercícios daquela natureza
não mereciam a presença presidencial, a qual deverá ser reservada para outros mais importantes.
O presidente lembrou que, sendo praticamente a despedida do general Reynaldo do Comando do
1 Exército, gostaria de presenciar o acontecimento.
Ficou assentada, assim, a ida do presidente a Campos e convites foram enviados aos ministros
militares e outras autoridades para assistirem às manobras, naquela cidade fluminense.
Na quarta-feira, 13 de outubro, véspera do início daqueles exercícios, o Comandante do 1
Exército ligou-se comigo, de Campos, por telefone. Participou-me que, infelizmente, não havia mais
lugares nos hotéis daquela cidade, porquanto a Marinha, a Aeronáutica e o Serviço de Segurança da
Presidência da República tinham se antecipado e reservado todos os quartos.
Surpreendi-me com a informação e perguntei-lhe como haviam deixado o Ministro do Exército
sem acomodações.
Desculpou-se o general, dizendo que não esperavam tanta afluência e que, por outro lado, os
hotéis eram poucos e pequenos. Entretanto, em vista deste imprevisto, conseguira uma excelente casa,
onde eu e meus assistentes poderíamos passar a noite, com todo o conforto. Pertencia a um médico
que se prontificara a cedê-la.
Pedi outros esclarecimentos. Quais as ligações do dono da residência? A casa estava vazia?
Esclareceu-me o general Reynaldo que o proprietário iria viajar com a família e, por isso,
oferecera a sua residência; que não o conhecia e as informações não o davam como político.
Considerando estes esclarecimentos, concordei em hospedar-me na casa cedida.
No dia seguinte, pela manhã, desloquei-me por rodovia, tendo como primeiro destino o forte de
Marechal Hermes, em Macaé, visando a assistir ao encerramento da Campanha de Tiro da lá/100 G
A Cos M.1
O exercício de tiro de artilharia transcorreu normalmente e os alvos sentiram a eficiência da boa
instrução. Deles nada restou.
À tarde do mesmo dia, devendo seguir para Campos, determinei à minha equipe de segurança
lançasse na frente elementos para reconhecer a residência em que me iria hospedar e colher todas as
informações de interesse a ela relacionada.
Aproximadamente às três da tarde, parti de Macaé. O carro do ministro era acompanhado por