uma viatura com equipamento de comunicações rádio. Ao atingirmos a metade de caminho que nos
separava de Campos, começamos a receber informações de nossos elementos avançados, bastante
interessantes, aliás.
A casa continuava ocupada. Pertencia a um parente do prefeito local que, segundo informaram,
fora eleito pelo partido da oposição. Tudo indicava, pelos preparativos notados, que se preparava
uma festa - residência engalanada e criados muito ativos.
Ouvi a informação e passei a desconfiar de que se tramava algo para envolverme numa
cerimônia de caráter político. Imediatamente, mandei estabelecer contato por rádio com o forte
Marechal Hermes e avisar ao seu comandante da probabilidade de o ministro voltar a Macaé, para
ali pernoitar.
Prosseguindo viagem atingi o quartel do 560 Batalhão de Infantaria, ao cair da tarde. Recebido
pelo Comandante do 1 Exército e seus generais, dirigi-me a um salão, transformado em auditório,
onde ouvi minuciosa exposição sobre o tema da manobra e as operações que proporcionara.
Ao encerrar a exposição, perguntou-me o general Reynaldo se eu desejava ir logo para a
residência que indicara ou aguardaria o jantar do Batalhão.
Chamei, nesta ocasião, o capitão do serviço de minha segurança que me precedera e enviara as
informações e mandei dissesse ao general Reynaldo as observações que fizera.
O capitão confirmou as informações anteriores e acrescentou, ainda:
- Agora, estão chegando pratos com encomendas de doces e salgados, feitas às confeitarias. Há,
também, políticos, aguardando a chegada do ministro.
O Comandante do 1 Exército demonstrou não acreditar e chamou o coronel Homem de Carvalho,
de seu Estado-Maior, determinando-lhe fosse ao local e apurasse a verdade, quanto ao que se dizia.
Terminado o jantar ouvimos, eu e o general Reynaldo, do próprio coronel Homem de Carvalho,
palavras que ratificaram as do capitão.
Não havia mais dúvidas de que estava sendo montada uma recepção para o ministro, sem o
devido conhecimento deste. Aprofundando-se as informações, soubemos que vereadores locais e de
municípios vizinhos lá estavam, muitos com as esposas, esperando o ministro.
O general Reynaldo mostrou-se aborrecido com aquelas notícias e propôs permanecesse eu no
quartel do 560 Batalhão de Infantaria. Preferi, no entanto, afastar-me da cidade e regressar a Macaé,
onde passaria a noite no forte Marechal Hermes. Acompanhou-me na viagem o general Hélio João
Gomes Fernandes, Comandante da Artilharia de Costa da 1á Região Militar.
No dia seguinte, 15 de outubro, retornei a Campos pela manhã e fui receber o Presidente da