Havia grande interesse do presidente em controlar, diretamente, as ações de combate à
subversão nos comandos de áreas - Exércitos e Comandos da Amazônia e do Planalto. Podia e devia
fazê-lo através do Ministro do Exército, o que era correto e digno. No entanto, parecia não proceder
deste modo, pois suas ligações extraoficiais, mas concernentes ao serviço, com os comandantes do 1
e III Exércitos eram tidas como habituais, embora delas jamais tivesse reunido provas substanciais.
Processavam-se à base de antigas amizades.
As atividades e agitações subversivas assentam-se em fundamentos políticos, por isso, nas
épocas em que ocorrem, crescem de importância os Comandos Militares de Área.
A pretendida alteração da Diretriz de Segurança Interna, em 1974, não visava a outro objetivo
que o de colocar, nas situações de crise, esses comandos sob a regência presidencial, anulando, é
lógico, o Ministro do Exército.
A questão do controle das áreas de comando, em sua plenitude, já suscitara problemas desde a
criação do Centro de Informações do Exército, visto que as ligações diretas de informantes com esse
Centro aguçara a susceptibilidade dos generais. Pretendiam eles que nesse percurso,
obrigatoriamente, passasse a informação por suas mãos. O acionamento da repressão agravou esta
situação, porquanto os comandantes de área, na defesa de suas prerrogativas de comando, não
admitiam ações no território de sua jurisdição sem o seu conhecimento e participação.
O ministro Lyra Tavares, com inteligência e habilidade, solucionou esses incipientes problemas.
Respeitando a dignidade funcional de seus generais sem afetar, contudo, a rapidez de transmissão,
determinou ao elemento informante que, ao expedir a informação ao ministro, remetesse cópia ao
general seu comandante direto.
Quanto às ações de repressão, ocorreriam sob responsabilidade dos comandantes de área. O CIE
fornecer-lhes-ia, se necessário, apoio em pessoal especializado e assistência técnica e financeira. As
operações deste tipo que abrangessem mais de uma área seriam coordenadas pelo CIE, podendo o
ministro, em casos excepcionais, avocar a responsabilidade de sua execução. Surgindo a necessidade
de uma intervenção direta na área, criada por imperativos da situação, o seu comandante seria
avisado e esclarecido sobre a finalidade do evento.
Durante a gestão Lyra Tavares foi esta a maneira de atuar do CIE; contudo, ao assumir eu, em
julho de 1972, o Comando do I Exército, encontrei as normas de ação modificadas. O CIE atuava
diretamente e com intensidade em todas as áreas, muitas vezes sem participar aos seus comandantes,
e dispunha de instalações próprias para acolher e interrogar os subversivos que prendia.
Sob a égide ministerial, ocupou parte das instalações do 11 Batalhão de Polícia do Exército e
melhorou outras dependências para fins específicos de busca de informações.
Paralelamente, o I Exército mantinha, naquele local, porém completamente independente, o DOI