Pela lei que vigorava antes de setembro de 1976, a lista de escolha submetida à decisão
presidencial, ocorrendo duas vagas, comportaria quatro nomes.
A nova lei, de 23 de setembro de 1976, e a designação do general Calderari foram providenciais
e vieram solucionar o difícil problema da promoção do general Figueiredo. É interessante, todavia,
lembrar que, nestas circunstâncias, o presidente, ao nomear o presidente da Imbel, não se preocupou
com as incompatibilidades hierárquicas a que se apegara em 1975.
A lista de escolha, de acordo com a nova lei, comportou cinco nomes para duas vagas. O
governo concedeu a quarta estrela a três generais.
Houve duas preterições: a do general Hugo Abreu, já esperada, que passou para a reserva, e a do
general Ernani Ayrosa, regiamente compensado, posteriormente, por sua "compreensão".
No caso que acabei de mencionar poder-se-ia admitir, logicamente, a seguinte ilação - em 1975,
a nomeação de um general-de-exército para a Imbel não interessava ao governo, embora beneficiasse
o Exército; em 1978, no entanto, tal designação, muito conveniente à política de esvaziamento dos
quadros, foi concretizada.
Tenho insistido em mostrar que, in fine, as promoções ficavam pendentes de outros fatores que
não o mérito militar.
Esforçar-me-ei, à custa de exemplos, em justificar esta asserção.
Apreciemos apenas dois, bastante elucidativos.
Um coronel, não obstante ser um homem bom, ficara mal colocado na lista da Comissão de
Promoções, não subindo seu nome à apreciação presidencial. Ao vê-lo naquela posição, o general
Geisel interpelou-me e mantivemos o seguinte diálogo:
- Por que razão veio neste lugar?
- Porque os generais o julgam dos piores...
- Isto ocorre porque ele ocupou uma Secretaria de Segurança...
Pediu-me, então, conversasse com os generais sobre o assunto; respondi que não lhes desejaria
falar sobre isto, porém que transmitiria ao general Chefe do EME a impressão do presidente. A
situação do oficial, entretanto, continuou desfavorável, e o artifício do próprio general Geisel foi
matriculá-lo na Escola Superior de Guerra, visto que os agregados não preenchiam vagas.
Um general ficara num dos últimos lugares da lista de escolha. Era amigo do presidente e,
profissionalmente, capaz. O general Geisel, ao examinar a lista, semiirritado, indagou, apontando o
nome do oficial: