acontecimentos podem ser justificados ou não em face do ambiente que os cercou. A posteridade o
fará com mais segurança.
Não obstante esta consideração, não devemos esquecer que estávamos a pouco mais de um ano
de uma revolução, em cujo bojo vinham idéias que colidiam com os inaceitáveis processos
oligárquicos existentes. E, ainda, que o Exército fora o responsável por sua deflagração e o era por
sua continuidade.
O jornalista poderia defender, com argumentos robustos e sadios, o sistema oligárquico que
pretendia, sob demagógica propaganda, restaurar, não lhe faltando para tanto dotes de inteligência e
cultura. Entretanto, não tinha o direito de difamar os militares e sua instituição, acobertado na
liberdade de imprensa. Se o fez foi por saber que os militares, por suas condições peculiares, não
poderiam usar nem obteriam uma tribuna para responder-lhe no mesmo diapasão. Além disso,
guardava a certeza de que a desmoralização do Exército importaria no achincalhe da Revolução de
1930.
Encerrando, acho oportuno lembrar, aqui, palavras de Joaquim Nabuco, referindo-se à imprensa
norte-americana.'
O político é entregue sem piedade aos "reporters"; a obrigação destes é rasgar-lhe, seja como
for, a reputação, reduzi-la a um andrajo, rolar com ella na lama. A luta não se trava no terreno
das idéias, mas no das reputações pessoaes; discutem-se os indivíduos; ... escancaram-se as
portas dos candidatos; expõe-se-lhes a casa toda como em um dia de leilão.
O terceiro acontecimento a que aludi foi a Revolução dita Constitucionalista. Deflagrada em São
Paulo, em 9 de julho de 1932, durou três meses e foi, na realidade, uma guerra civil.
Não originou na Escola Militar repercussões mais sérias do que a fuga de alguns cadetes para
São Paulo. Não tiveram seguidores nem defensores e sua atitude não influiu nos trabalhos letivos que
prosseguiam em ritmo normal.
O pensamento militar estava com Getúlio Vargas, que julgávamos à frente da Revolução,
procurando implantar os princípios liberais por que nos batêramos.