Exército. Citou, na oportunidade, meu nome e o do general Figueiredo, acrescentando que o general
Euler não votaria no general Frota.
Ouvi a informação sem comentá-la.
O general Euler ambicionava o cargo, como prova o fato de ter-se ligado, depois de sua
passagem para a reserva, aos políticos do Movimento Democrático Brasileiro, sem êxito.
Na entrevista - admitida como do general Golbery - são citados os generais Figueiredo,
Dilermando e Reynaldo.
Eram especulações que se teciam, porém nenhum destes generais, à exceção do general
Figueiredo - que publicamente o fez - manifestou-se direta ou indiretamente, que o soubesse, sobre
esta pretensão.
O general Ariel Pacca da Fonseca, em audiência especial com o presidente Geisel, no dia 12 ou
13 de outubro de 1977, afirmou-lhe, de forma categórica, nunca ter ouvido, quer nas reuniões do Alto
Comando do Exército quer nos despachos com o seu Departamento, o ministro Sylvio Frota falar em
política. Soube-o pelo próprio general Ariel.
Posteriormente, reafirmou perante os oficiais do Estado-Maior do Exército aquelas declarações.
No dia exato em que o deputado Marcelo Linhares pronunciou discurso na Câmara relacionando
a sucessão ao Alto Comando do Exército, recebi em minha residência, em Brasília, o general Jayme
Portella. A visita revestiu-se de relativa surpresa, porque apenas um telefonema do general, horas
antes, a solicitara. Portella, apesar de nosso antigo conhecimento, nunca me visitara. Era, por
conseguinte, a primeira vez que, em toda a minha vida, ia à minha casa.
Iniciou a conversa dizendo que não se conformava com o procedimento do general Geisel,
querendo impor um nome para seu sucessor, sem ouvir ninguém. Ele tinha direito, da mesma maneira
que o teve Humberto Barreto, de opinar sobre um candidato. Não discutia a preferência do governo,
mas decidira trabalhar pelo meu nome, tendo com este objetivo conversado com vários deputados
simpatizantes do ministro. O presidente não poderia alijar o Exército da participação na escolha do
candidato. Sobre este delicado tema falaria ou estava falando na Câmara Federal o deputado
Marcelo Linhares. Dissera ao deputado que eu, também, não concordava que o Exército fosse posto à
margem da questão sucessória.
Tudo isto, admitia, tinha sido feito por sua iniciativa, em virtude de julgar-me um excelente
candidato, pelas minhas convicções democrático-revolucionárias.
Esses fatos e entendimentos, está claro, ocorreram à minha revelia.
Disse ao general Portella que tinha tomado um compromisso com o presidente de não tratar de
problemas relativos à sucessão antes de 1978, e que não o romperia. Quanto ao ponto de vista de que