fará, dadas as suas incoerências, contradições e antagônicas atitudes entre o dizer e o fazer.
Seu nome fora lembrado pela corrente antigetulista e pelo próprio Eduardo Gomes ao presidente
Café Filho, que o nomeou Ministro da Guerra. Entretanto, em novembro de 1955 - o mês das
perfídias - trai a linha de pensamento a que, parecia-nos, filiara-se, despojando do cargo o
presidente Carlos Luz e, dias após, depõe Café Filho, o homem que nele confiara.
Dois presidentes legais eram derrubados pelo general que proclamava estar procedendo o
"retorno" à legalidade constitucional.
Considera-se diminuído em sua autoridade, no entanto, fere as do presidente da República e do
Chefe do EMFA, quando exige a punição do coronel Mamede ou o seu regresso ao Exército. Diz-se,
ostensivamente, apolítico, mas nos indevassáveis bastidores liga-se aos políticos juscelinistas que o
seduzem com promessas. Nega ao general Fiuza de Castro, na noite de 10 para 11 de novembro, que
haja deslocamentos de tropa e perturbações da ordem, no mesmo momento em que os autoriza.
Foi esse o homem que cortou a marcha do movimento idealista surgido na geração de 1922 e
tantas vezes apunhalado pelas costas por aqueles que fingiam defendê-lo. Reabriu-se a larga estrada
das oligarquias, escondidas quase sempre sob rótulos de partidos políticos. Encarapitaram-se no
poder, em especial nos seus setores mais dadivosos, os grupelhos de beneficiados e protegidos. A
corrupção ressurgiu mais cautelosa, porém não menos perniciosa. Firmou-se uma mentalidade
utilitarista, muito ufanista, que a facilitava pela liberação emocional de créditos e recursos, pouco ou
nada controlados.
O general Lott, ao sustentar - quer por ambição, quer pelo egoísmo - uma corrente política que
agasalhava essas idéias, mostrou-se tolerante com comportamentos que violentavam a pureza do
pensamento militar. Eram as raízes do pragmatismo.
Sob um aspecto marcial e um temperamento autoritário, escondia Lott sua verdadeira
personalidade ambiciosa. Em fins de 1954 ou princípios de 1955, o presidente Café Filho, visando a
conduzir a sucessão presidencial sem agitações, solicitou ao Chefe do EME - general Fiuza de
Castro - que obtivesse dos generais das Forças Armadas um compromisso de que não se
candidatariam ao cargo de Presidente da República. A maioria dos generais assinou o documento
neste sentido, todavia o general Lott negou-se a fazê-lo, alegando que a situação política era
indefinida e que ele, na posição de ministro, poderia ser lembrado e não teria, nesse caso, direito a
recusar. Como candidato, mais tarde, esquecendo sua aversão ao marxismo, procurou ligar-se aos
comunistas em busca de apoio eleitoral.
Em 1956 acompanhei o general Anor Teixeira para o EMFA, que fora chefiar, onde permaneci
até início de 1957, quando fui designado pelo Chefe do EME para comandar o Centro de Preparação
de Oficiais da Reserva de Salvador.
Sobre esta designação cabe um esclarecimento, bem oportuno, no realce de como agia o ministro