IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

apossou do Brasil em 1964. Apenas elas teriam controle imediato de informações e ações
repressivas, a quaisquer momento e lugar do território nacional.


As amargas experiências do II Exército, colhidas contra o terrorismo em São Paulo, acrescidas
de observações feitas em outras áreas militares, impunham mu danças drásticas nos processos e
estrutura de combate ao comunismo, para que os resultados fossem favoráveis às correntes
democráticas.


Surgiram, então, o Centro de Operações de Defesa Interna e o Destacamento de Operações e
Informações - mais conhecidos por CODI e DOI, suas respectivas siglas -, organizações adequadas à
nova espécie de guerra que enfrentávamos, aquela de caráter mais normativo e esta rigorosamente
executiva.


A criação do CODI e do DOI foi uma das mais felizes medidas revolucionárias, só compatível
em importância - logicamente, mantidas as devidas proporções - à firme política exterior do
presidente Castelo.


Que instituições seriam capazes - moral e tecnicamente - de combater com êxito o CGT -
Comando Geral dos Trabalhadores - de Dante Pellacani, Clodsmith Riani, Oswaldo Pacheco
Morena? Quem enfrentaria com desassombro e idealismo as Ligas Camponesas do advogado
Francisco Julião, espalhadas por todo o Nordeste e já com metástases nos estados de Goiás, Minas
Gerais e Rio de Janeiro? Que organização conseguiria devassar e conter a União Nacional de
Estudantes (UNE), dominada pelos marxistas de cujas fileiras saíram três dos seus últimos
presidentes - Aldo Arantes, Vinício Caldeira Brant e José Serra -, ativistas da Ação Popular, facção
comunista influenciada pela denominada esquerda católica?


Onde encontraríamos homens para dissolver e debandar os "Grupos de Onze" - em número
próximo de 1.300 - criados pela demagógica fanfarrice de Leonel Brizola e salpicados por todo o
Brasil para cooperarem com a vitória marxista no dia da "Libertação Nacional"?


Reconheço que essa não é uma missão normal do Exército, mas seu sucesso é vital para a Nação,
o que exige seja obtido sem qualquer espécie de procrastinações e entregue a uma instituição
credenciada para obtê-lo.


As polícias civis - federal ou estaduais - e as militares, já foi dito de sobejo, não têm
possibilidade de executá-la com êxito, portanto, enquanto não se criarem outros órgãos capacitados
para isso, deverá ser da responsabilidade integral das Forças Armadas.


Neste quadro constrangedor, um governo democrático que enveredar por caminhos diferentes
correrá o risco de ser acoimado de suicida ou de traição ao regime.


Se não tivesse atuado dessa maneira, a Revolução, pelas condições em que foi feita, talvez não
tivesse evitado graves reações dos marxistas e seus comparsas, ainda no seu primeiro ano de

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