IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

recuassem, reagindo sempre no mesmo diapasão; quando agredidos a réplica teria que ser igual.


O Exército não guardaria - nem guardará - afrontas, revidando-as logo.

Entretanto, fiz-lhes ver que não admitiria, sob nenhum pretexto, que se maltratasse um preso, e
que castigaria severamente quem o fizesse. O homem detido estava indefeso, constituindo uma
covardia, uma baixeza, seviciá-lo ou torturá-lo. Não poderíamos, como cristãos e democratas, adotar
procedimentos desumanos.


A substituição do general Médici foi pacífica e precedida sob orientação e escolha do próprio
presidente.


O general Ernesto Geisel assumia a presidência em março de 1974, nomeando Ministro do
Exército o general-de-exército Vicente de Paula Dale Coutinho. Na mesma data fui pelo novo
presidente designado Chefe do Estado-Maior do Exército.


Sempre voltado para o Exército, merecendo de meus colegas e subordinados o conceito de
"troupier , do qual muito me honrava, porquanto era na eficiência da tropa, no seu aperfeiçoamento,
instalações e condições de vida que todos nós militares deveríamos pensar com prioridade, sentia-
me plenamente realizado com a designação para uma comissão, considerada por mim o mais alto
cargo militar da força terrestre.


Todavia, não encerraria nestas funções a minha vida militar, pois o destino reservar-me-ia uma
árdua e ingrata tarefa. Dois meses depois de ter assumido o cargo, com o falecimento de meu amigo
general Dale Coutinho, fui convidado e nomeado para substituí-lo.


Iria penetrar num ambiente desconhecido, envolvido nas névoas do pragmatismo, em que
pululavam os casuísmos, e no qual a verdade e a mentira confundiam-se na mesma versão deformada
da realidade comprometedora.

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