Sabor Club - Edição 36 (2020-01)

(Antfer) #1

46 | Sabor. club [ ed. 36 ]


Claude Troisgros já é visto
como um chef franco-
brasileiro que divulga o
Brasil e os seus produtos.
Quando inaugura o Olympe,
batizado com o nome da mãe, já é
tratado como rei. E reconhecido como
um dos responsáveis por um capítulo
relevante na trajetória gastronômica
do país. A nouvelle cuisine brasileira
do chef encanta a todos, não dá
margem para críticas. Como poucos,

ele consegue unir com sabedoria e encantamento
todos os sabores num mesmo prato: salgado, doce,
amargo, azedo. A acidez, aliás, é marca registrada
do cozinheiro que a usa com maestria rara no
cenário mundial.
Já muito bem na fita, Claude resolve colocar
em prática o que aprendera na América e com
compatriotas como Alain Ducasse e Daniel Boulud:
diversifica os negócios, dando origem a brasserie,
bucherie, bistrot. “O restaurante gastronômico é
onde você faz o que gosta. Mas precisa ter outros
que financeiramente valham a pena.”
Hoje, quando não está na TV, seja no Que
Marravilha! ou comandando O Mestre do Sabor,

como um comunicador nato, está atuando
entre as mesas do pequenino Chez
Claude, onde a cozinha fica no meio
do salão. Lá, ele lança novidades, mas
também faz os clássicos que marcaram
a sua carreira como o salmão com
azedinha ou o cherne com banana.
Com o jeitão simpático e emotivo que
os 47 milhões de brasileiros que vêem o
programa exibido toda quinta, em horário
nobre, estão aprendendo a adorar, Claude
Troisgros vira referência para um país inteiro.

Apesar da cara feia do pai, ele veio e venceu, com o
desafio de desvencilhar-se da inevitável pressão que
carregava na alma.
É fim dos anos 1980 e Pierre com a esposa
estão no Rio, passando uma pequena temporada.
Com o compromisso de jantar todos os dias no
Olympe. Na última noite, ele despede-se antes
de voltar para casa, na França. Pega um táxi e vai
para o aeroporto. Minutos depois, no entanto,
surge novamente na porta do restaurante. Desta
vez, sozinho. Chama o filho, lhe dá um abraço
forte e faz um único comentário ao pé do ouvido:
“Claude, só faltou a estação de trem”, referindo-se
ao restaurante da família, em Roanne.

“O restaurante gastronômico é onde você faz o que gosta.
Mas precisa ter outros que financeiramente valham a pena”

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