Sabor Club - Edição 36 (2020-01)

(Antfer) #1

Sabor. club [ ed. 36 ] | 55


PARA BEBER


Cinco estrelas


A cachaça que faz sucesso nas festas do
Copacabana Palace é feita desde os tempos do Estácio de Sá

por Pedro Landim


Há quem diga que depois de enxotar os franceses
da Baía de Guanabara e fundar o Rio de Janeiro, o
português Estácio de Sá festejou com aquela que
matou o guarda. A marvada, por assim dizer, que
pingava nos alambiques da Ilha dos Sete Engenhos,
futura do Governador. A família Barcelos se instalou
ali na época, plantando cana de açúcar e fabricando
o aguardente brasileiro que causaria um furdunço
no século 17: a Revolta da Cachaça.
O que nem embriagados poderiam supor


os integrantes do clã, que enfrentaram a corte
portuguesa na luta pela liberação da bebida, é que
quatro séculos depois a pinga da família seria a
estrela dos bares do Copacabana Palace. Ou titular
das caipirinhas no comentado Bar do David, em
plena favela do Chapéu Mangueira. A cachaça Sete
Engenhos uniu as pontas da cidade num fenômeno
de mercado que nos conquista à primeira talagada.
“Acho que houve uma confabulação de meus
antepassados no céu, além de algo que vem no
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