Sabor Club - Edição 36 (2020-01)

(Antfer) #1

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Clássicos


Suflê de festa


Ele é uma variação sutil de um patrimônio
da nossa capital da gastronomia

por Robert Halfoun


Em Sabrina, de 1954, a protagonista vivida por
Audrey Hepburn leva um pito do seu excêntrico
professor de culinária francesa, numa escola em
Paris, porque o seu suflê ficou “baixo demais”.
Ela então olha para o colega de classe, ao lado, e
choraminga: “Não sei o que aconteceu...”. E ele:
“Você esqueceu de ligar o forno, querida”. Pouco
depois, profere a sua teoria: “Uma mulher feliz no
amor queima o suflê. Uma mulher infeliz no amor
esquece de ligar o forno”.
Muito longe dali, porém no mesmo período,
o cozinheiro francês Jean Durand chega em São
Paulo com técnicas e receitas senão desconhecidas,

mal aplicadas por aqui. Rapidamente foi parar no
La Popote, consagrado restaurante da época.
Anos depois, já no seu negócio, o Marcel, ouve
de um cliente o pedido de comer... suflê.
Dali em diante, ele se transforma num clássico
da capital paulista e, então, patrimônio cultural
da cidade, em título concedido pelo jornal
O Estado de São Paulo.
Hoje, ele é feito pelo neto do cozinheiro, o
talentoso e espirituoso Raphael Despirite, que
mantém fielmente as características da receita dos
inesquecíveis suflês de queijo e do Maison, com
camarão e champignon incorporados a massa.
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