Fotografe - Edição 279 (2019-12)

(Antfer) #1
de que a fotografia de rua teria menor
viabilidade comercial do que outras
áreas de atuação. “O grande magazine
de roupas, a marca de tênis famosa, a
modelo para o editorial da revista, o filme
no cinema, a marca de carro, todos esses
produtos geram suas imagens tendo o
ambiente urbano como pano de fundo.
Quando um fotógrafo de rua cria uma
identidade em seu trabalho, aquilo que
seria apenas uma documentação do
dia a dia urbano acaba sendo alvo de
marcas que o contratam para campanhas
publicitárias, como já aconteceu comigo.

Muitas fotos e séries que fiz também
foram comercializadas em galerias ou
diretamente por mim”, informa.
As dicas de Alexandre Urch para quem
quer se aventurar nessa área passam
pela segurança e pela necessidade de
se deslocar. “Primeiro, coloque seu
equipamento e celular no seguro, a rua
não é um playground. Em segundo lugar,
ande, ande muito, respeite a rua e a rua
respeitará você. Ande sempre no sentido
contrário dos turistas e da maioria das
pessoas, pois é nesse sentido contrário que
a fotografia de rua se encontra”, aposta.

Quem é ele
Alexandre Urch, 42 anos,
nasceu e foi criado em São Paulo,
onde realiza a maior parte de
seu trabalho. Utiliza a rua como
matéria-prima criativa desde
que começou a levar a fotografia
mais a sério, em 1996. Ficou
em primeiro lugar na categoria
Ensaio do 9o Concurso Leica-
-Fotografe em 2012, com uma
série realizada no metrô da capital
paulista. http://www.alexandreurch.
com.br / @aurch.

Cenas registradas em
São Paulo por Alexandre
Urch: a rua não é um
playground, ensina ele

Fotos:

Alexandre Urch

Arquivo pessoal

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