Fotografe Melhor no 281 69
maioria delas negras. O ensaio não chegou
a ser publicado, mas as imagens foram
utilizadas para ilustrar o livro Minimizing
Racism in Jury Trials, publicado em 1969
com o intuito de mitigar o racismo no
sistema judiciário americano.
Além de veicular suas imagens em
jornais e revistas, Lange teve ligações muito
próximas ao Departamento de Fotografia
do MoMA desde sua criação. Ela trabalhou
intensamente em conjunto com o chefe do
departamento, John Szarkowski, ao longo
do ano 1965, para preparar a primeira
grande exposição retrospectiva no museu
de Nova York. Infelizmente, ela morreu em
outubro de 1965, antes de ver a exposição,
que seria aberta em janeiro de 1966.
A nova retrospectiva de Lange no
MoMA está centrada na relação entre
fotografia e palavra ao longo da carreira
da fotógrafa. A curadora Sarah Meister
conta que se surpreendeu com a grande
quantidade de escritos deixados por
Lange enquanto fazia sua pesquisa para
conceber a exposição. Uma passagem
anotada no diário da fotógrafa diz que
todas as fotografias são documentais,
mesmo as feitas sem esse intuito, e podem
ser fortalecidas quando combinadas às
palavras. Essa passagem chamou a atenção
da curadora Sarah Meister e acabou
virando o mote da exposição.
Para Dorothea
Lange, todas as
fotografias são
documentais e
ganham mais
força quando
combinadas
com palavras
Fotos:
Dorothea Lange
Igreja cheia, com fiéis
para fora, no Condado de
Clare, Michigan, em 1954