Elle - Portugal - Edição 378 (2020-03)

(Antfer) #1
ELLE PT 49

Qual é a tua posição sobre este novo
movimento feminista?
A minha geração não tinha vivido as ou-
tras ondas do feminismo, então ninguém
falava disso. Já para a minha irmã [Luana
Marquezine, de 17 anos], o conceito é
tão simples: “O feminismo não deveria
gerar tanta polémica porque o conceito
é basicamente o da igualdade de oportu-
nidades, de direitos.” Eu não nasci num
lar feminista, era um conceito que não
entendia, e passei a aprender o que signi-
ficava, um dia após o outro. Torno-me um
pouco mais feminista a cada dia. Acredito
que a principal conquista das novas gera-
ções é poderem falar abertamente sobre
assuntos que vivem e, assim, buscarem
ajuda noutras mulheres. A denúncia de
relacionamentos abusivos é uma conquis-
ta de hoje. Quantas meninas viveram isso
e nem sabiam aquilo por que estavam
passando? Algumas conseguiram sair
desses relacionamentos (e alguns rapazes
também) sem nem perceberem aquilo
por que tinham passado, com o perigo
de repetirem tudo de novo, e de novo...
Começaste muito nova no mundo da TV.
Imaginaste ter outra profissão?
Acho que todo o mundo em algum mo-
mento, principalmente no meio de desa-
fios, já se questionou se estaria no caminho
certo, e eu imaginei se conseguiria não ser
atriz. Mas esta arte encanta-me. Nunca
me imaginei fora desse universo, hoje há
muitas coisas que me interessam no mun-
do artístico (como escrever e dirigir, por
exemplo). Gostaria muito de descobrir
mais, de explorar o meu lado criativo, e
também por detrás das câmaras.
Mas o mundo da televisão pode muito
facilmente deslumbrar-nos. Como é que
manténs os pés assentes na terra?


É um meio que envolve muito ego. Se
não fosse pela minha família, pela minha
fé e pelos meus amigos (pouquíssimos),
que não estão neste meio e não me olham
como uma atriz, mas sim como a Bruna,
poderia muitas vezes ter-me deixado levar.
Nós estamos expostos a muitas opiniões,
se você não busca o autoconhecimento,
se os seus valores não estão claros e não
tem uma rede de apoio muito fiel e segura
em seu redor, é muito fácil deixar-se le-
var e acreditar na opinião alheia, seja ela
positiva ou negativa. É um meio muito
competitivo. Se acredito num Deus que
diz que tem algo reservado para cada um
de nós, nem penso em me permitir entrar
em competição com ninguém.
A Intimissimi está diretamente ligada, de
várias formas, a mulheres que são ícones
para muitas pessoas em todo o mundo.
Quem são as mulheres que te inspiram
atualmente e porquê?
Ashley Graham, Jennifer Lawrence, Gi-
sele Bündchen, Zendaya e Rihanna são
as mulheres que me inspiram, pela sua
força, a sua personalidade, a sua coragem
e a sua autenticidade.
Como te identificaste com a marca quan-
do aceitaste juntar-te a ela?
As peças da Intimissimi têm todo um
charme. A marca tem um DNA muito
claro – ao mesmo tempo que é sensual,
é intemporal. A mulher encontra desde
todos os básicos de que pode precisar na
vida até peças mais ousadas, transparên-
cias, sedas e rendas lindíssimas, mas tudo
com esse perfil muito elegante.
Como tem sido trabalhar com esta que é
uma das marcas de lingerie mais conhe-
cidas do mundo?
Estou muito feliz por poder fazer parte
da história da Intimissimi, agora glo-
balmente. Foi um enorme prazer ser o
rosto da nova campanha mundial e poder
trabalhar com profissionais incríveis da
equipa da Intimissimi.
E, para finalizar, quais são as tuas peças
favoritas da campanha que fotografaste?
Com certeza, todas as peças me encantam.
Mas o meu conjunto favorito é o do bustier
em renda, nude e preto. Q

IMAGENSRETIRADASDOINSTAGRAM
DE BRUNA MARQUEZINE.

Boustier Flower Ballet, €39,90, e cueca
Flower Ballet, €12,90, ambos Intimissimi.

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