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mendas, a família Boeing 737.
O lançamento do A321neo
mudou totalmente a história
de vendas desta variante. No
dia do seu voo inaugural, em
fevereiro de 2016, o modelo
já havia superado em vendas
o Boeing 757, que esteve em
produção entre 1981 e 2005.
As primeiras versões do
A321neo eram muito seme-
lhantes aos últimos A321,
que passaram a ser chamados
de A321ceo (Current Engine
Option). A grande diferença
estava no motor, que podia ser
o Pratt & Whitney PW1133G
de 32.700 libras de empuxo ou
o CFM LEAP 1A33 de 32.900
libras. Pesos de decolagem e
capacidade de combustível
eram basicamente os mesmos
(93.5 toneladas e até 29.474
litros, respectivamente). O
primeiro A321neo foi entregue
à empresa americana Virgin
America, em maio de 2017.
Atualmente, o A321 corres-
ponde a mais de 44% das
encomendas da família A320.
Durante o desenvolvimento
do A320neo, já havia estudos
sobre o aumento da capaci-
dade de passageiros, o que foi
obtido sem alongar a fuselagem.
Os projetistas conseguiram o
mesmo resultado fazendo um
completo rearranjo do interior
da aeronave. A Airbus deslocou
as galleys para a parte traseira,
modificou os lavatórios e, no
caso do A321neo, adicionou saí-
das de emergência sobre as asas,
além de remover (ou realocar) as
portas de emergência.
Essas modificações, ba-
tizadas de Airbus Cabin Flex
(ACF), garantiram um aumento
da capacidade da cabine para
até 244 passageiros, mantendo
o mesmo espaço entre assen-
tos. Claro que nem todas as
empresas optam por operar com
uma quantidade tão densa de
assentos, especialmente em voos
longos, nos quais o payload fica
limitado – já que há necessidade
de carregar mais combustível.
Entretanto, o ACF permite que
o operador ajuste a quantidade
de assentos instalados para a
demanda (ou a missão) da aero-
nave, com um mínimo de mão
de obra. Os aviões construídos a
partir de 2018 já vêm neste pa-
drão e são denominados A321-
-200NX. Há, ainda, a opção de
interior de cabine Airspace XL,
que possui compartimentos de
bagagens de mão (os bins) ainda
maiores, uma necessidade nos
dias atuais.
INSPEÇÃO E EMBARQUE
Durante a inspeção externa do
A321neo da Azul em Campinas,
chamam a atenção os novos
motores CFM LEAP-1A32. Com
diâmetro de 2,60 metros, são
bem maiores do que os tradicio-
nais IAE V-2500 e CFM-56. A
distância entre a parte inferior
da nacelle do motor e o piso
teve uma redução de quase 13
centímetros em relação ao motor
CFM56 e de 31 centímetros na
comparação com o IAE, exigin-
do atenção redobrada quanto ao
bank angle no pouso. As duas
grandes portas de carga facili-
tam o carregamento. A aeronave
pode transportar até 10 contai-
ners LD3-45 ou 12.140 quilos
nos 51,7 metros cúbicos de seus
porões.
Reparo nas mudanças do
layout das saídas de emergência.
Os sharklets, a fuselagem mais
longa e a pintura preta ao redor
das janelas do cockpit (no estilo
“máscara do Zorro”) formam um
conjunto final bem harmonioso.
Ingresso na cabine e sinto
o agradável cheiro de aerona-
ve nova. Noto as alterações de
iluminação de interior, seguin-
do o estilo dos A330neo, com
variação em cor e intensidade
de acordo com a fase do voo. A
configuração adotada pela Azul
é de 214 lugares, sendo 42 deles
no “Espaço Azul”, com maior
distância entre os assentos.
Já na cabine de comando, é
necessário um olhar extrema-
mente atento para diferenciá-
-la do cockpit de um A320. No
overhead panel, há um botão a
mais para a chamada de comis-
sários. Na central de controle
eletrônico da aeronave (Electro-
Consumo: Baixo tanto
em cruzeiro econômico
(Mach .77) como em alta
velocidade (Mach .80)