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Nas quatro primeiras décadas
após o fim da Segunda Guerra
Mundial, a maioria dos países do
Leste Europeu se uniu no cha-
mado “bloco soviético”, alinhado
politicamente ao governo de
Moscou. O autoritarismo político
e restrições severas à circulação
de viajantes deram a esses países
uma aura de mistério, que o britâ-
nico Winston Churchill apelidou
de “cortina de ferro”. Somente
após o fim da chamada “Guerra
Fria”, esses países reabriram suas
inúmeras atrações históricas e
culturais ao livre acesso dos tu-
ristas ocidentais. Praga, a capital
da República Tcheca, é hoje uma
das dez cidades mais visitadas
da Europa, com sete milhões de
visitantes anuais – interessados
na arquitetura gótica e barroca
da Cidade Velha, em suas igrejas
monumentos e museus, além
de uma gastronomia vibrante e
cerveja boa e barata.
Para os amantes da aviação,
a República Tcheca reserva uma
atração inusitada: a oportunida-
de de conhecer uma base aérea
militar da extinta Checoslová-
quia e ainda voar em uma versão
biplace do místico caça soviético
Mikoyan-Gurevich MiG-15, o
jato que assombrou britânicos e
norte-americanos ao surgir ines-
peradamente nos céus da Guerra
da Coreia em 1950. A aventura é
organizada pela empresa suíca Mig
Flug, que oferece mais opções de
voo em jatos militares na Europa
e na América do Norte. O voo
no MiG 15 é realizado na antiga
base aérea de Hradec Kralove (a
uma hora de distância de Praga),
hoje convertida para uso civil,
que ainda conserva os hanga-
res camuflados e reforçados em
concreto dos tempos da Guerra
Fria. Um voo de 20 minutos – que
inclui passagens baixas em alta
velocidade e manobras acrobá-
ticas ao gosto do cliente – custa
salgados 3.300 dólares. Como o
modelo tem duplo comando, o
piloto deixa o passageiro assumir
por alguns momentos o controle
do arisco avião.
http://www.mig flug.com
REPÚBLICA TCHECA
Atrás da ‘cortina de ferro’, num caça da Guerra Fria
Rústico, rápido
e letal, o MiG-15
era o terror
dos pilotos
ocidentais
na Guerra
da Coreia